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Anjos e demônios da animação "Yu-Gi-Oh!" duelam com opinião pública
Entre o bem e o mal
DIEGO ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL
"Yu-Gi-Oh!" Expressão corrente na boca da garotada, o
nome do desenho animado/jogo de "cards" japonês invadiu
salas de jantar do país na
semana passada quando
Gilberto Barros, em seu
programa na TV Bandeirantes, cravou: "Isso é
coisa do demônio!".
Em parte, sim. "O folclore japonês está cheio
de entidades para as
quais o Ocidente não
soube dar um nome e
que acabaram virando
"demônios". Demônios do
bem e demônios do mal",
afirma Douglas Quintas
Reis, 49, proprietário da livraria Devir, um dos templos em SP para a molecada
que joga "cards" -espécie de Supertrunfo misturado com jogo de xadrez.
Surgido de uma história
em quadrinhos japonesa de
1996, "Yu-Gi-Oh!" -o desenho, os cards, os videogames- é mais um exemplo do
faro da indústria de entretenimento infanto-juvenil
do Japão que vem inundando o mundo de pokémons, digimons e outros
monstrinhos colecionáveis nos últimos anos.
"Os estúdios japoneses
produzem de 50 a 60 séries
novas por ano. A cada três
ou quatro anos, a gente sempre vai ver algum produto que
emplaque", comenta Flávio
Rocha, 43, diretor do programa "TV Globinho",
que exibe desde o início do
ano a primeira temporada do
desenho nas manhãs da Globo.
Em cartaz também no canal
pago Nickelodeon, onde já está
na segunda temporada, "Yu-Gi-Oh!" conta a história de um
garoto que... joga "cards". Os
mesmos "cards" que podem ser encontrados no
mercado, com preços que
vão de R$ 60 a R$ 1.000.
"É uma fórmula de apelo. As crianças não só assistem ao desenho, mas
interagem com ele, colecionam as fichas dos
personagens etc.", diz
Pablo Miyazawa, 25, editor da revista "Herói".
Estratégia diabólica?
Desde os primeiros sinais
da nova febre no país, a pirataria entrou em ação e
começaram a aparecer
clones dos "cards" originais a R$ 0,20, com textos em português e um
festival de erros de interpretação. "A tradução foi
muito malfeita. Não que no original apareça menos a palavra
"demônio", mas não dá para fazer um jogo em que todos são
do bem ou todos são do mal",
afirma o proprietário da Devir,
que está em negociações para
publicar os "cards" oficiais.
"A história tem também anjos, guerreiros, fadas, paladinos, deuses egípcios, deuses
europeus, deuses orientais. É
uma verdadeira aula de mitologia mundial", defende o organizador de torneios de "cards"
Luciano Santos, 25 anos.
YU-GI-OH!. Quando: de seg. a sex., às
10h30; e sáb., às 8h, na Globo; de seg.
a qua., às 19h; sáb. e dom., às 11h30 e
às 21h30, no Nickelodeon.
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