São Paulo, segunda-feira, 18 de agosto de 2008 |
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Crítica Artista se dá bem mesmo sem inovar
BRUNO YUTAKA SAITO Para um "perdedor", Beck foi bem mais longe do que poderia sonhar. Com o hit "Loser" (1994), ele ajudou a estabelecer certo estado de ânimo, irônico e niilista, dos anos 90. Mas tudo que define um espírito de época envelhece num ritmo diferente, e "Modern Guilt" é exemplo claro de como o "sistema" incorporou o músico. O que era "revolucionário" ontem em Beck (como a quebra de preconceitos entre os gêneros) é hoje o arroz com feijão do pop. Ou seja, não dá para ser inovador sempre, e isso não é ruim. "Gamma Ray", assim como boa parte do álbum, vai em direção ao pop rock dos anos 60, lembrando Beach Boys e abordando a degradação do ambiente de forma bem-humorada. A climática "Walls" segue a linha psicodélica e fala sobre o "medo" e "muros caindo" em tempos de guerra; "Chemstrails" desacelera o ritmo e aprofunda o clima apocalíptico em roupagem paz e amor. É um Beck em crise, não no sentido artístico, mas que parece procurar seu lugar no mundo e Deus. É o sentimento de culpa pós-moderno.
MODERN GUILT
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