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MÚSICA
Especial celebra legado de Adoniran Barbosa
DA REPORTAGEM LOCAL
Cronista do cotidiano, poeta,
chame como quiser. O fato é que
Adoniran Barbosa soube como
poucos unir duas linhagens típicas de São Paulo, a do o imigrante
italiano e a do o caipira, de um jeito muito particular e encantador.
Em suas letras, captou "o espírito
do paulistano", como bem lembra o produtor musical Zuza Homem de Mello no documentário
"Adoniran Barbosa -°O Poeta de
São Paulo", exibido hoje à noite
na Rede SescSenac em homenagem aos 452 anos da cidade.
Dirigido por Dimas de Oliveira
Júnior e Luis Felipe Harazim, o
programa mostra o início profissional de Adoniran. Nascido João
Rubinato, em Valinhos (interior
de São Paulo), o músico vendeu
tecidos na r. 25 de Março e, sempre que podia, ia ouvir os cantores
da rádio Cruzeiro do Sul. Depois
de muitas tentativas (diziam que
tinha a voz ruim!), foi aprovado
num programa de calouros cantando "Filosofia", de Noel Rosa. O
nome de batismo foi trocado por
um "de artista". Emprestou o
Adoniran de um amigo e o sobrenome do sambista Luiz Barbosa.
Também no rádio, fez fama com
o personagem Charutinho, parceria com o produtor Osvaldo Moles. No cinema, atuou em "O Cangaceiro", de Lima Barreto.
O documentário reúne depoimentos da filha do compositor,
Maria Helena, do músico Sérgio
Rosa, do Demônios da Garoa
-que comenta a bem-sucedida
parceria do biógrafo Celso de
Campos Jr. e da cantora Marlene.
Mas está em uma gravação histórica o grande atrativo do programa: Elis Regina, que lindamente gravou "Tiro ao Álvaro",
entrevista o compositor em "O Fino da Bossa", em 1965. Aqui,
transparece o mais puro humor
de Adoniran Barbosa em seu vozeirão rouco e inconfundível, figura a ser lembrada, cantada, reverenciada e respeitada. Sempre.
(JANAINA FIDALGO)
Adoniran Barbosa - O Poeta de São Paulo
Quando: hoje, às 21h30, na Rede
SescSenac (reapresentação nos dias 21,
às 22h, 22, às 12h30, 23, às 18h, 24, às 14h, 25, às 18h30)
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