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AUDIOVISUAL
Projeto de produção e difusão de documentários estréia no próximo sábado e exibe 26 filmes até dezembro
TV pública ensaia casamento com cinema
SILVANA ARANTES
DA REPORTAGEM LOCAL
Ainda não é o (anunciado) casamento da televisão com o cinema.
Mas ganha circunstância de noivado o lançamento da série
"DocTV - Brasil Imaginário", que
ocorre no próximo sábado, com a
exibição pelas emissoras públicas
do país de "Eretz Amazônia",
produção paraense dirigida por
Alan Rodrigues.
Até 18 de dezembro, outros 25
documentários produzidos em 20
Estados brasileiros ocuparão semanalmente a faixa denominada
"Doc.Brasil". "São quase 1.060
horas de conteúdo cultural na TV
pública", observa Mário Borgneth, gerente de documentários
da TV Cultura, uma das realizadoras do projeto.
As emissoras públicas brasileiras estão presentes em 1.900 municípios, atingindo um público
potencial de 98 milhões de espectadores, segundo a Abepec (Associação Brasileira das emissoras
Públicas, Educativas e Culturais),
outra co-realizadora da iniciativa,
na qual o MinC (Ministério da
Cultura) investiu R$ 5,7 milhões.
"Esse enlace entre a nossa TV e
o cinema independente é um dos
maiores esforços deste governo",
disse o secretário do Audiovisual,
Orlando Senna. "Começamos pela TV pública, porque é por aí que
se deve começar. Mas queremos
estender isso para a TV aberta,
privada, a cabo", afirma.
Regionalização
Os organizadores do DocTV o
apontam como exemplo da regionalização da grade televisiva. "É o
retrato do Brasil, e não o de tantos
fashion shows e outras interrupções do trânsito que se vêem por
aí", diz o presidente da Abepec,
Jorge da Cunha Lima.
Os 26 documentários produzidos para essa programação foram
selecionados por concurso, entre
628 inscritos.
"Eretz Amazônia" é baseado em
livro homônimo do pesquisador
Samuel Benchimol e relata a migração para a Amazônia brasileira
de judeus oriundos principalmente do Norte do Marrocos.
O filme mescla reconstituição
de época encenada por atores
com depoimentos de descendentes dos emigrantes, além do registro de aspectos da cultura judaica,
como música e gastronomia.
Os próximos documentários a
serem apresentados são o cearense "Borracha para a Vitória", de
Wolney Oliveira, sobre o segundo
ciclo da borracha (dia 3 de julho);
o gaúcho "Continente dos Viajantes", de André Constantin, sobre a
expansão da fronteira brasileira
até o Rio Grande do Sul (dia 10 de
julho) e o alagoano "Imagem Peninsular de Lêdo Ivo", de Werner
Salles, sobre o poeta (dia 17 de julho). As duas produções realizadas em São Paulo estão programadas para 4/9 ("Assombração
Urbana com Roberto Piva", de
Valesca Canabarro Dios) e 13/11
("Preto contra Branco", de Wagner Morales).
Segunda edição
Na última quinta, durante solenidade de lançamento do DocTV
realizada no MIS (Museu da Imagem e do Som), em São Paulo, o
secretário do Audiovisual anunciou a realização de uma segunda
edição ampliada do projeto, em
que receberão apoio à produção
35 projetos de documentários,
nos 26 Estados brasileiros. Novamente a escolha será feita por
concurso de roteiros.
Senna anunciou também para
2005 uma edição latino-americana e outra em língua portuguesa
do projeto. A secretária de Estado
da Cultura de São Paulo, Cláudia
Costin, disse que promoverá uma
edição paulista do DocTV, com a
seleção (também por concurso)
de quatro projetos de documentários. A iniciativa da secretaria
tem apoio da TV Cultura e da
STV (rede SescSenac).
Além dos já citados objetivos de
promover a regionalização da
programação da TV brasileira e
de consolidar uma rede de difusão do conteúdo nacional, o secretário do Audiovisual do MinC
disse que o DocTV tem como reflexo "a garimpagem de novos talentos por todos esses "Brasis'".
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