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MÔNICA BERGAMO
A gororoba dos grandes chefs
Ana Ottoni/Folha Imagem
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Massimo Ferrari |
Eles comandam cozinhas estreladas em que um bom jantar não sai por menos que R$ 100 por pessoa. Em casa, porém, Massimo Ferrari, do Massimo, Salvatore Loi, do grupo Fasano, Neka Menna Barreto, banqueteira, e Flávia Quaresma, chef carioca que comanda o Eça e o Carême, preparam as receitas mais simples e despretensiosas. E nem por isso menos deliciosas. Eles revelaram à coluna suas "gororobas" prediletas.
SALADA QUENTE
Massimo Ferrari diz que nem
usa a geladeira de sua casa, que só
tem água: há 27 anos ele almoça e
janta em seu próprio restaurante,
o Massimo, um dos mais estrelados da cidade.
Ainda assim, tem lá suas comidinhas caseiras, receitas simples que prepara só para os amigos ou quando está sozinho. "A
receita que indico para quem está chegando em casa, tarde da
noite, é clássica, italiana, reinterpretada de maneira mais
simples possível: uma salada caprese servida quente".
Com tomate, mussarela, manjericão, pão e azeite, Massimo
prepara o delicioso prato em
cerca de cinco minutos. "A genialidade está na simplicidade e
na harmonia", diz. O ovo, neutro, combina com a acidez do
tomate. O manjericão "levanta"
a receita e o "crack"do pão tostado dá a ela todo um charme
especial.
SOPINHA AFETIVA
Um dos próximos jantares que
a banqueteira Neka Menna Barreto, 44, vai preparar, na casa de
um empresário, prevê que os
convidados vendem os olhos para saborear os sofisticados pratos
preparados por ela. Em casa,com
panelas, conchas e taças pendurados até em lustres, sua receita
simples é uma sopa de legumes,
cevada, açafrão, cebola e alho.
"O segredo é saber ser flexível e
selecionar. Uma vez precisei fazer
uma salada sem qualquer ingrediente interessante à mão. Sabe o
que coloquei nela? Pipoca."
ESPAGUETE DA BALADA
Do menu ultra-sofisticado do
Fasano aos sanduíches da Forneria San Paolo, Salvatore Loi, 41,
cuida de todas as cozinhas que levam a marca Fasano. Italiano de
Milão, ele já trabalhou em vários
restaurantes da Europa. Desembarcou no Brasil há quatro anos,
a convite do grupo e depois de
dispensar trabalhos em Miami e
no México. "Não poderia perder
a oportunidade de trabalhar em
São Paulo, cidade com uma das
mais ricas culturas gastronômicas do mundo", diz.
Casado com Tânia, uma brasileira, Loi costuma convidar
amigos para jantar e já está
montando uma pequena em
seu apartamento de dois quartos. "Todo mundo que me visita
espera que eu faça algo muito
diferente. Mas, em casa, procuro ser o mais simples possível."
Uma de suas receitas caseiras
prediletas é o espaguete ao alho
e óleo com brócolis e queijo parmesão, que prepara em sete minutos. A mágia, diz, está no
"equilíbrio de sabores, sem nenhuma preponderância".
OVO APIMENTADO
Ela é umas chefs mais festejadas do Rio de Janeiro. Aos 36
anos, Flávia Quaresma, que estudou nas prestigiadas escolas Cordon Bleu e Lenôtre, na França,
comanda os restaurantes cariocas Eça e Carême, de cozinha
francesa contemporânea. Chega
em casa sempre de madrugada, à
1h. Come "o que tiver por perto",
sempre com uma "pimentinha
triturada em meu pimenteiro gay
-chamo ele assim pois faz um
barulhinho animado". Uma das
"gororobas" que prepara é o sanduíche de ovo com tomate.
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