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Especial retrata mito Raphael Rabello
"Mosaicos" seleciona imagens do músico morto aos 32 anos e apresenta homenagens de novos violonistas
LUIZ FERNANDO VIANNA
DA REPORTAGEM LOCAL
Mito em vida, por causa de
sua absurda capacidade de tocar violão, Raphael Rabello
confirmou essa condição ao
morrer muito precocemente,
aos 32 anos, em 1995.
De certa forma, os 48 minutos de "Mosaicos - A Arte de Raphael Rabello", que a TV Cultura exibe hoje, reforçam esse lado mítico. O músico que aparece em imagens dos programas
"Ensaio", "Metrópolis" e "Mudando de Conversa" fala pouco,
com reticências... Colegas ressaltam sua intuição e o exaltam
como um ser quase sobrenatural. Ninguém questiona o fato
de, no final da vida, ele ter sido
"tomado" pelo flamenco e perdido muito de sua sutileza.
É normal que seja assim. Como conta o especial, Raphael já
era admirado aos 13 anos. Aos
15, integrou o grupo Os Carioquinhas. Aos 17, a Camerata
Carioca. Conquistou a admiração de grandes mestres e, versátil, tornou-se um exemplo
supremo de virtuosismo e, ao
mesmo tempo, um requisitado
violonista de estúdio, acompanhando muitos cantores.
O que "Mosaicos" mostra
menos do que poderia é música. Ou melhor, música na íntegra. Quem sabe por causa do
nome do programa, só há trechos de números de Raphael.
Fica a frustração de, por exemplo, só assistir a um pedacinho
do encontro dele com Zezé
Gonzaga em "Duas Contas" (de
Garoto, um de seus violonistas
preferidos). Ou de não ver/ouvir toda a sua versão heterodoxa de "Garota de Ipanema". Felizmente, o corte é menor em
"Todo o Sentimento" (com Elizeth Cardoso).
Ponto positivo é a lembrança
do papel fundamental que Dino
7 Cordas e Jaime Florence, o
Meira, tiveram para Raphael. O
primeiro foi seu espelho artístico e professor informal; o segundo, formal, como também
foi de Baden Powell, Mauricio
Carrilho e outros.
Ainda há espaço para Raphael, do seu jeito econômico,
exaltar os "neonacionalistas"
Villa-Lobos ("Eu sou fichinha
do Villa, sou tiete"), Radamés
Gnattali ("Foi Radamés que
abriu as coisas para mim, que
tirou as fronteiras") e Tom Jobim, que o considerava o maior
violonista brasileiro e o ajudou
no disco "Todos os Tons" (92).
Há vários números feitos especialmente para o programa.
Euclides Marques e Luizinho 7
Cordas interpretam, por exemplo, o arranjo de Raphael para
"Conversa de Botequim" (Vadico/Noel Rosa). Já os virtuoses Yamandú Costa, Rogério
Caetano e Alessandro Penezzi
tocam temas em separado e se
juntam em "Desvairado" (Garoto). A mais nova geração de
fenômenos é representada pelo
gaúcho Caraí Guedes, 13, que
executa "Meu Avô" (de Raphael). O mito é referência real
para quem veio depois.
MOSAICOS - A ARTE DE
RAPHAEL RABELLO
Quando: hoje, às 20h30
Onde: na TV Cultura
Classificação indicativa: livre
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