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A TRILHA
CD é caótico como o diretor
LÚCIO RIBEIRO
COLUNISTA DA FOLHA
Bem-vindo ao mundo sonoro
de Quentin Tarantino, tão oito ou 80, do kitsch ao descolado,
do infantil ao violento como seus
filmes. Irregularidade é o que move 97% das trilhas, mas esta de
"Kill Bill" faz um caótico sentido,
sendo Tarantino o diretor.
Tal qual na tela, o sangue escorre logo no começo. Nancy Sinatra
"mata" na abertura do disco, com
a classuda "Bang Bang (My Baby
Shot Me Down)", de Sonny Bono.
Mais para a frente, vem parte falada por Lucy Liu, um pronunciamento onde se supõe (para quem
não viu o filme) que ela esteja
muito brava com um monte de
gente. Passa o rapper RZA, passa
Isaac Hayes, passa um jazz punk
levado por um trompete (Al Hirt)
e chega-se às três melhores faixas.
"Battle without Honor or Humanity", instrumental de levada
retrô do guitarrista japonês Tomoyasu Hotei; "Don't Let Me Be
Misunderstood", aquela, do Santa
Esmeralda, megahit do final dos
70, que soa datada, mas combina
bem com Tarantino. E a ótima
"Woo Hoo", do grupo japonês
5.6.7.8'S, de groove rockabilly.
Para quem assistiu ao filme, a
trilha de "Kill Bill" faz um sentido
enorme. Para os que ainda não viram, é, no mínimo, um divertido
disco bizarro. Bem Tarantino.
Kill Bill Vol. 1
Lançamento: Warner
Quanto: R$ 55, em média
Onde encontrar: www.amazon.com;
Bizarre (tel. 0/xx/11/3331-7933)
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