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São Paulo, domingo, 21 de dezembro de 2003

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A TRILHA

CD é caótico como o diretor

LÚCIO RIBEIRO
COLUNISTA DA FOLHA

Bem-vindo ao mundo sonoro de Quentin Tarantino, tão oito ou 80, do kitsch ao descolado, do infantil ao violento como seus filmes. Irregularidade é o que move 97% das trilhas, mas esta de "Kill Bill" faz um caótico sentido, sendo Tarantino o diretor.
Tal qual na tela, o sangue escorre logo no começo. Nancy Sinatra "mata" na abertura do disco, com a classuda "Bang Bang (My Baby Shot Me Down)", de Sonny Bono.
Mais para a frente, vem parte falada por Lucy Liu, um pronunciamento onde se supõe (para quem não viu o filme) que ela esteja muito brava com um monte de gente. Passa o rapper RZA, passa Isaac Hayes, passa um jazz punk levado por um trompete (Al Hirt) e chega-se às três melhores faixas.
"Battle without Honor or Humanity", instrumental de levada retrô do guitarrista japonês Tomoyasu Hotei; "Don't Let Me Be Misunderstood", aquela, do Santa Esmeralda, megahit do final dos 70, que soa datada, mas combina bem com Tarantino. E a ótima "Woo Hoo", do grupo japonês 5.6.7.8'S, de groove rockabilly.
Para quem assistiu ao filme, a trilha de "Kill Bill" faz um sentido enorme. Para os que ainda não viram, é, no mínimo, um divertido disco bizarro. Bem Tarantino.


Kill Bill Vol. 1
   
Lançamento: Warner
Quanto: R$ 55, em média
Onde encontrar: www.amazon.com; Bizarre (tel. 0/xx/11/3331-7933)



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