São Paulo, segunda-feira, 22 de novembro de 2010

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Estilo sobreviveu ao tempo e lembra o Rei Roberto

VIVIAN WHITEMAN
EDITORA DE MODA

Na moda, o clássico funciona como um tipo de guia.
Algo que resiste à passagem do tempo, uma imagem que sobrevive aos modismos.
Ontem, Paul McCartney deixou de lado o enigmático terno roxo que usou em Porto Alegre e vestiu paletó azul, calça preta, camisa branca e suspensórios.
Ok, o blazer não é uma peça qualquer. Tem ombreiras engraçadas, levemente fora de época. A nobreza, afinal, pode certas extravagâncias.
Calça preta de alfaiataria e camisa branca são a dupla básica de quem começa a avançar no terreno dos clássicos, que não é para qualquer um. A ousadia começa nos suspensórios.
A peça, que surgiu para substituir o cinto, já foi coisa de engomadinho, mas virou acessório de gângster, cafetão e até punk. McCartney fez dela uma marca de estilo.
Descendo mais um pouco, chegamos às botinhas de salto. Para quem só usa tênis, pode parecer ridículo, coisa de tiozinho. Mas, alto lá. Botinha de salto era uniforme dos mods, a geração de rockers britânicos mais elegante que o mundo já viu.
Paul Weller, rei dos mods, usa até hoje. Jarvis Cocker, do Pulp, também. Para não falar de ícones indie da atualidade, como Alex Turner, vocalista do Arctic Monkeys e do Last Shadow Puppets.
Em pedaços, o look reúne lembranças, registros visuais que ajudam a marcar o tempo e contar histórias.
Juntando os cacos, porém, a imagem ganha outro efeito. Paul McCartney não está fantasiado de sir antigo, gângster, mod ou indie. É ele, Paul, que sobrevive no tempo.
Não é à toa que ontem, com blazer azul-celeste e cabelinho com "mullets", Paul estava a cara de outro membro da nobreza atemporal da música: o Rei Roberto Carlos.


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