Vocalista Jake Shears diz que set vai focar faixas dançantes

SILAS MARTÍ
DE SÃO PAULO

No liquidificador do Scissor Sisters, cabem Bee Gees, Donna Summer, David Bowie, Prince e outras frutas.
Espremidas, dão o caldo disco, agudo e histérico que a banda mostra em show hoje à noite em São Paulo.
"Sempre cantei dessa forma, como uma menina", diz o vocalista da banda, Jake Shears, à Folha. "Tenho esse timbre mais agudo, então nunca parei para pensar nisso, mas também acho que a música disco nunca morreu, nunca deixou de existir."
Embora reconheça que tem "um lugar no coração" para todos os mestres desse gênero, Shears confessa que gosta mais de tecno alemão, "coisas assustadoras". E esse é outro lado da mistura que o Scissor Sisters leva ao palco, algo entre o hedonismo vintage e o transe das pistas.
Mas no meio tempo entre o último disco da banda e "Night Work", o atual, despontou o fenômeno Lady Gaga, que superou, pelo menos no aspecto visual, a extravagância dos Scissor Sisters.
"Não seria possível competir com ela nesse quesito", diz Shears. "Então demos um passo para trás e buscamos algo mais sexy, alegre."
Em São Paulo, prometem descartar as baladas melosas do set e focar as faixas mais dançantes. Shears deve abusar do figurino ultra-apertado e exagerar nos agudos, num revival sem nenhum medo de misturar os gêneros.