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FILME
Qualquer outro resultado que não seja "Chicago" será zebra
Divulgação
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Catherine Zeta-Jones (esq.) e Renée Zellweger em "Chicago", que recebeu 13 indicações |
PEDRO BUTCHER
CRÍTICO DA FOLHA
O Oscar é um prêmio pragmático, talvez o único que
ofereça resultados concretos para
o felizardo que o leva para casa.
Em média, o vencedor da categoria principal vê a bilheteria crescer
cerca de 30%, sem contar receitas
internacionais. Os acadêmicos levam esse fato em consideração na
hora de votar e costumam escolher o filme com maior chance de
se beneficiar do prêmio.
E esse filme, este ano, é "Chicago". Graças às suas 13 indicações,
ele já abandonou o nicho do circuito de arte e está faturando
igualzinho aos blockbusters (até
agora, com mais de US$ 100 milhões em caixa). A estréia do coreógrafo Rob Marshall na direção é o retrato falado da competência
do cinema americano, uniu crítica e público em reações favoráveis
e, mais importante, confirmou a
volta de um gênero adorado em
Hollywood: o musical.
Enquanto "Chicago" reúne todas as características de um filme
"oscarizável", todos os outros indicados guardam algum porém.
"O Pianista", sobre a Segunda
Guerra, tema favorito dos acadêmicos, talvez fosse o eleito do ano
se seu diretor, Roman Polanski,
não tivesse sido banido dos EUA.
De qualquer forma, ainda é a
maior ameaça ao musical.
"As Horas" é intimista demais
para receber votos em quantidade, e nem dez indicações foram
suficientes para fazê-lo decolar na
bilheteria. Se "O Senhor dos Anéis
1" levou o maior número de indicações em 2002 e não levou o prêmio principal, não vai ser o segundo que vai fazê-lo. E há "Gangues de Nova York", violento e
imperfeito demais para uma sociedade acadêmica. Por várias razões, sobra "Chicago", e qualquer outro resultado será uma zebra.
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