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MÔNICA BERGAMO
Américo Mariano/Folha Imagem
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Quase 80 mil pessoas foram assistir à partida amistosa entre Brasil e França, que aconteceu na quinta, 20, no Stade de France, entre elas convidados especiais como a modelo Luiza Brunet, que aproveitou a viagem para torcer e fazer compras |
Paris, sempre Paris
Na noite de segunda-feira, 17, um avião cheio de famosos partiu do Galeão, no Rio, rumo às delícias
de Paris. Eram 18h30 quando se ouviu: "Atenção,
vôo Fifa, última chamada para o embarque". E lá se foram os passageiros, numa aventura apelidada por eles
mesmos de "vôo da alegria", para comemorar o centenário da entidade assistindo ao jogo Brasil versus
França no Stade de France. Na lista de passageiros estavam políticos, celebridades, cartolas, jornalistas e assessores levados ao evento pela CBF, com tudo ou quase tudo pago pela Fifa.
A modelo Luiza Brunet era o
destaque: os cartolas que embarcaram no vôo não desgrudavam os olhos dela. Alguns, mais
expansivos, arriscavam elogios.
Nabi Abi Chedid, vice-presidente da CBF, foi um deles. Se
deu mal. "Para você ver, né?",
começou ele. "A gente foi para o
México em 1986. Faz quanto
tempo mesmo? Dezoito anos? E
ela já era musa dos jogadores!".
Luiza manteve o fair-play.
"Para o senhor ver como o tempo passa, né?" Percebendo a gafe, Nabi tentou consertar: "Mas
você continua linda!".
O avião escolhido pela Varig para transportar os convidados da
CBF foi o mesmo que, em 2002,
rodou com os pentacampeões
na Ásia. Nabi e Luiza Brunet foram acomodados na primeira
fileira da primeira classe.
Na executiva estavam, por
exemplo, os técnicos Zagallo e
Carlos Alberto Parreira e os jogadores Alex, Cris, zagueiro do
Cruzeiro, Fábio, goleiro do Vasco e reserva de Dida, e o ator Rafael Calomeni.
E lá no fundão, na classe econômica, o pessoal tratou de
acender um cigarrinho (proibido em vôos) e jogar cacheta. Bacará, um maranhense que já virou folclore por ser "o amigo
misterioso" de Ricardo Teixeira
-ele viaja com a seleção pelo
mundo sem ter função nenhuma e não revela o nome completo a ninguém-, ganhou 250
do Rio a Paris.
Com quatro horas de viagem,
acabou o uísque Red Label. "Se
acabar também o Ballantine's,
traz a pinga", brincou Carlos
Peixoto, amigo de Teixeira.
Em Paris, os convidados se
distribuíram por quatro hotéis.
No Crillon, um dos mais sofisticados de Paris (as diárias variam de 530 a 940), ficaram
o senador Tasso Jereissati com a
mulher, Renata, Roseana Sarney e Jorge Murad, o advogado
Antonio Carlos de Almeida
Castro e a mulher, Valéria. Outros convidados ficaram no
Castille e no Bedford. A terça e a
quarta ficaram livres para passeios e, claro, muitas compras.
O ponto da ferveção era o hotel Concorde Lafayette, onde estavam os jogadores e o ator Rafael Calomeni. A apresentadora
Mariana Kupfer, da Band, era a
sensação do lugar. Na quarta-feira, um dia antes da partida,
ela entrevistava os jogadores
num Chloé rosa-bebê, costas à
mostra. Usava o vestido, brincos e... nada mais. Mas nada
MESMO! "Como perceberam?", espanta-se ela, argumentando que o vestido era comprido o suficiente para disfarçar a,
digamos, situação. "Ah, já sei!",
palpita. "A Luiza [Brunet] me
deu um abraço e percebeu."
Brunet encontrou também
Ronaldo no hotel. "Tô tenso",
confessou o craque à musa.
"Amanhã [dia do jogo] vai ser
f.!" A modelo fez massagem no
ombro dele.
Os passageiros do vôo da Fifa
se juntavam a outros brasileiros
que também estavam na capital
francesa. O ministro Gilberto
Gil, da Cultura, chegou no dia
do jogo com a mulher, Flora. Os
dois sempre se hospedam no
apartamento da amiga Lilibeth
Monteiro de Carvalho. Mas o
lugar estava tão cheio de conterrâneos que foram ver a partida
que o casal acabou se acomodando no apartamento da mãe
dela, Evinha.
Gil e Flora foram ao jogo com
a atriz Lucélia Santos. "Que bom que você está aqui", disse
Alex Lerner, ao encontrar a atriz
na área VIP. "Estou indo para a
China", explicou Lucélia, que
no dia seguinte embarcaria para
se integrar à comitiva do presidente Lula naquele país. "Nem
precisa perguntar, né? Você está
sempre indo ou voltando da
China!". Lucélia foi a Paris também porque, naquela quinta,
completava 47 anos e não queria comemorar a data "sozinha
em Brasília". Nizan Guanaes e
Donata Meirelles também foram ver o jogo.
Na área supervip, onde só entravam autoridades do futebol e
do governo, como Gil e o ministro Agnelo Queiroz, do Esporte,
a Fifa serviu queijos roquefort,
camembert e gorgonzola, vários
tipos de salame, tortas de chocolate, morango e amora, pizza,
crepes, refrigerantes, uísque e
champanhe Cristal.
Os jogadores tentavam espantar fantasmas de 1998, quando
perderam a final da Copa para a
França. Eles se negaram a ficar
no mesmo vestiário que ocuparam naquele ano.
A torcida vibrava. As pessoas
saltavam na "ola" -empolgado, o ministro Agnelo pulou
três vezes. Gil, só uma. Aos poucos, o clima foi esfriando. Gil e
Agnelo, mão no queixo, pouco
sorriam. Acaba o jogo, zero a zero, os senadores Roseana e Tasso balançam a cabeça. "Eu achava que hoje era o dia da revanche", lamentava o senador.
O mau presságio confessado
por Ronaldo a Luiza Brunet se
confirmou. E ela, que viu o Brasil perder para a França em 98 e
agora voltou para casa com dois
pares de sapato Prada na mala e
um empate no coração, já se
conformou: vai ter que voltar no
próximo jogo para tentar comemorar enfim uma vitória.
@: bergamo@folhasp.com.br
FERNANDO MELLO, DE PARIS
O jornalista viaja a convite da Fifa
COM CLEO GUIMARÃES E ALVARO LEME
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