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TELEVISÃO
Produtora transforma novela da Globo em longa-metragem, enquanto emissora faz filme de "Guerra dos Sexos"
"Roque Santeiro" entra no forno do cinema
LAURA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Os direitos do roteiro que deu
origem à novela "Roque Santeiro", de Dias Gomes, foram comprados por uma produtora, que
pretende transformá-lo em filme.
Com título original de "O Berço
do Herói", o texto foi criado para
uma encenação teatral, em 1965.
Censurado pela ditadura militar,
sofreu uma readaptação para novela da Globo em 75, que também
acabou proibida pelo governo. Só
pôde ir ao ar dez anos depois.
A negociação entre os herdeiros
do escritor (morto em 99) e a
Master Shot Filmes ocorreu há
pouco mais de uma semana, segundo Vicente Miceli, sócio da
produtora. De acordo com ele, a
marca "Roque Santeiro" é da Globo. Assim, o filme, que entra em
produção em 2005, só poderá levar esse título se houver uma parceria, o que está nos planos de Miceli. Há a possibilidade de a Globo
Filmes -braço cinematográfico
do grupo- entrar como co-produtora. O acordo poderia facilitar
ainda a contratação dos mesmos
atores que estavam na telenovela.
Aniversário
A histórica trama das oito, protagonizada por Regina Duarte
(viúva Porcina), Lima Duarte (sinhozinho Malta) e José Wilker
(Santeiro), bateu recordes de audiência na TV. Sua adaptação para longa-metragem estava nos
planos da Globo, para a comemoração de seus 40 anos, em 2005.
A emissora acabou optando por
"Guerra dos Sexos", segundo Jorge Fernando, que a dirigiu com
Guel Arraes, em 1983. A estréia do
filme, diz o diretor, se dará na
"Tela Quente" da semana do aniversário, em abril. Há planos de
levá-lo às salas de cinema quatro
meses depois, numa rara inversão
da indústria cinematográfica, na
qual a exibição na televisão aberta
costuma ficar em último lugar.
A decisão por "Guerra dos Sexos", conta Jorge Fernando, foi
tomada há pouco mais de uma semana. "Já é fase de produção. Estamos marcando uma reunião
com Paulo Autran e Fernanda
Montenegro para tentar acertar a
participação deles", disse à Folha
o diretor, que acaba de reestrear
sua peça "Boom" em São Paulo.
Os atores protagonizaram a novela, marco do horário das 19h pelas célebres cenas de comédia pastelão. Eles interpretavam Otávio e
Charlô, primos que tiveram um
romance na adolescência, mas
que se transformaram em inimigos numa disputa por herança.
Representaram brigas memoráveis, como a que um joga uma
torta na cara do outro. "Essa, com
certeza, estará no filme."
O diretor diz, no entanto, que o
projeto estará de pé mesmo que
não seja possível contar com eles.
A novela foi escrita por Silvio de
Abreu e o consagrou como um
"autor de inovações". Após o sucesso da trama, o humor se consolidou no horário das 19h. O próprio escritor voltou ao tom cômico em outros sucessos das sete,
como "Cambalacho" (1986) e
"Sassaricando" (1987/88).
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