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Artista estará em outubro na "Bienal do vazio"
DA REPORTAGEM LOCAL
Na raquítica edição da Bienal
de São Paulo que será inaugurada em outubro, Marina Abramovic é um nome de peso. Ela é
uma das cerca de 40 artistas a
participar da chamada "Bienal
do vazio", com curadoria de Ivo
Mesquita, que optou por deixar
vago todo um andar do pavilhão no Ibirapuera.
"Esse modelo não funciona
mais. Existem tantas feiras e
Bienais que não é possível produzir tanta arte boa para esse
tipo de demanda", opina Abramovic, que, ainda assim, confessa estar "entusiasmada"
com a proposta de Mesquita.
"Não é só colocar um artista
ao lado de outro", diz. "Tem de
respeitar o diálogo que pode
surgir entre artistas, deixar que
isso exista, o que não funciona
com 140 artistas."
Abramovic, numa lista bem
mais enxuta, levará à Bienal
"Video Portrait Gallery (#2)",
uma instalação com 17 monitores, todos mostrando apenas o
rosto da artista durante performances que fez de 1975 a 2007.
"Pela cabeça de um artista,
você consegue enxergar toda a
sua vida", resume Abramovic.
"O vídeo revela muitas coisas,
das mudanças na tecnologia, do
preto-e-branco granulado à alta definição, ao envelhecimento de um artista."
Abramovic, aliás, tem 62
anos, mas a pele branca, sem
rugas nem manchas, não deixa
perceber. Ela acaba de comprar
um prédio em Hudson, ao norte de Nova York, destinado a
um centro de preservação para
a arte em performance. Jovens
artistas concorrerão a bolsas
para trabalhar ali suas idéias.
A artista terá em 2010 sua
primeira retrospectiva no MoMA, em Nova York. Serão três
meses de performances sem
trégua. "Estarei o tempo todo
no museu para ter minha energia disponível para o público."
Ela também adianta que jovens artistas devem repetir algumas de suas performances
clássicas. "É minha maneira de
mostrar que performance é
uma arte viva, não pode ser só
documentação."
(SM)
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