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Crítica
"Amores" mostra alternativa para o cinema brasileiro
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Há poucas empreitadas tão
simpáticas quanto a de Domingos Oliveira no cinema nacional recente: fazer filmes muito
baratos, caseiros pelo equipamento, pelos cenários, pelo
elenco.
É uma maneira enérgica de
se opor aos critérios inutilmente perdulários adotados pela
nossa produção desde os anos
90, tanto mais que o cineasta
também é capaz de escrever
bons roteiros.
O primeiro trabalho nessa direção foi "Amores" (Canal
Brasil, 22h; não recomendado
para menores de 14 anos), que,
para o bem e para o mal, lembra bastante filmes de Woody
Allen. É o mais interessante de
seus filmes recentes, no mais.
Nos seguintes, o excesso de
pessoalidade revela-se mais
um problema que uma virtude,
e o espírito amador se deixa
denunciar.
Mais do que pelo resultado,
"Amores" importa pela busca
de um compromisso entre custo e eficiência da produção. Tarefa que devia ser obrigatória
para um cinema problemático
como o brasileiro.
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