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Oiticica foi breve no concretismo
FABIO CYPRIANO
DA REPORTAGEM LOCAL
Foi rápida a passagem de
Hélio Oiticica pelo movimento concreto. Ainda assim, o artista jamais deixou
de se relacionar com Haroldo de Campos que, com Augusto de Campos e Décio
Pignatari, lançou, em 1956, o
plano piloto da poesia concreta, cuja repercussão se estendeu além da poesia e influenciou as artes visuais.
Logo após o breve período
concreto, Oiticica iniciou
seu processo de investigação
espacial com os Metaesquemas (1957-58), que o levou
para o movimento neoconcreto no Rio, liderado por
Ferreira Gullar, que criticava
o excesso de racionalismo e
mecanicismo dos concretos.
No início dos 60, Oiticica
rompeu com a situação bidimensional da tela e criou as
monocromias e relevos espaciais, estruturas de cor soltas no espaço. Logo, iniciou
um projeto de manifestações ambientais que culminaram em "Tropicália", a
obra de 67, sobre a qual Oiticica e Campos conversaram
em Nova York.
Em "Tropicália", o artista
compõe uma situação labiríntica que estilhaça possíveis formas de representação do Brasil e convida o observador a participar de uma
convivência forçada. Assim,
Oiticica realizou o que Campos definiu em entrevista à
Folha, em 1987, como a "organização do delírio".
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