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Robô de Portugal faz pintura abstrata
Inventado pelo artista Leonel Moura, o "RAP3" integra mostra no Itaú Cultural
Artista criou zoológico de robôs e propõe "criatividade artificial'; "irmão" do "RAP3" vive em sala do Museu de História Natural de NY
SILAS MARTÍ
DA REPORTAGEM LOCAL
Nasceu um novo Jackson Pollock, e ele é português. Também é bem menor e muito menos talentoso e polêmico. Não
bebe nem bate nas mulheres
como o expressionista americano fora acusado de fazer. É
quase auto-suficiente, não fosse ter de parar e piscar uma
porção de luzes cada vez que
precisa de papel para pintar.
O "RAP3" é um robô equipado com nove sensores visuais e
outras tantas canetas coloridas.
Inventado pelo artista português Leonel Moura, faz escala
no Brasil na mostra "Emoção
Art.Ficial 4.0", que o Itaú Cultural abre na próxima terça.
"Discordo que só os humanos possam fazer arte", diz
Moura à Folha. "Quis criar robôs capazes de fazer arte."
O artista -que chegou a criar
um curioso zoológico de robôs,
o "Robotarium", em Alverca,
perto de Lisboa- quer extrapolar o conceito de inteligência
artificial. "Proponho a criatividade artificial, que aceitemos
que as máquinas podem produzir obras bonitas como quadros do Pollock", diz Moura.
Sem memória, dotado apenas de sensores capazes de detectar a densidade das manchas gráficas, o robô de Moura consegue criar composições diferentes, seguindo combinações numéricas de seu circuito
interno. Ele só pára quando
chega ao que o artista entende
por "sentido de perfeição".
"É como o artista humano,
que chega ao ponto em que sabe que vai estragar tudo se
acrescentar algo", compara.
"Estou muito interessado em
explorar os robôs como uma
nova espécie de vida", diz Moura. Um "irmão" do "RAP3" vive
numa sala do Museu de História Natural de Nova York, como representante mecânico
dos desdobramentos da espécie humana. "O fato que um robô seja aceito como natural
mostra uma evolução da maneira como olhamos para nossa própria espécie."
EMOÇÃO ART.FICIAL 4.0
Quando: abertura terça, 1º/7, às
19h30; de ter. a sex., 10h às 21h;
sáb. e dom., 10h às 19h; até 14/9
Onde: Itaú Cultural (av. Paulista,
149, tel. 0/xx/11/2168-1776; livre)
Quanto: entrada franca
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