JOSIMAR MELO
CRÍTICO DA FOLHA

Não é a primeira vez que vejo esta história: um grupo de amigos paulistanos que moram longe da zona sul cansam de toda vez ter de atravessar a cidade em busca de seu restaurante predileto e decidem abrir, eles mesmos, algo a seu gosto bem perto de casa.
É o resumo da ópera da Parrilla Brasil -uma churrascaria num padrão que, segundo os proprietários, não encontravam na zona norte, onde vivem.
E que de fato tem méritos para justificar a presença ao menos do público que mora na região.
São dois casais de proprietários que ficaram durante três anos tramando a empreitada: Noslen e Salvador Magurno e Lígia e José Luiz Dambrauskas.
Deles, apenas Noslen tinha experiência na área, como sócia de uma pizzaria onde esteve por dez anos. Mas todos mergulharam no tema até a inauguração, em setembro de 2007.
E montaram uma casa simpática, dividida em três pisos -além do salão da entrada (dominado por um enorme cofre transformado em geladeira para cervejas), um subsolo e um mezanino com mesas, tudo numa ambientação quente, dominada por muita madeira.
O cardápio não se limita às carnes. Tem também oferta de massas e risotos. Mas é da grelha que chegam as melhores pedidas. Os cortes são de estilo argentino, como o bom bife ancho (trazido ao ponto, embora pedido malpassado, o que numa churrascaria é grave) e o bife de chorizo.
A casa ainda serve o prime-rib (com osso) e o ojo de bife, os cortes mais caros -mas, de toda forma, mais em conta do que a maioria das churrascarias que servem estes cortes e nos pe- sos apresentados (a partir de 300 gramas, custam em torno de R$ 25).
Como entrada, o sotaque argentino vem nas empanadas -são de formato pequeno, massa macia (poderia ser mais crocante) e bom recheio.
Entre as massas, os ravióli de mussarela de búfala chegaram totalmente frios à mesa, e seu molho de tomates frescos, aguado. Os risotos, quando pedidos como acompanhamento, vêm em pequenas cumbucas de ágata que mantêm o calor.
Nos acompanhamentos, vem o sabor brasileiro -não faltam itens como farofa ou arroz biro-biro.

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