São Paulo, quinta-feira, 26 de junho de 2008

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Comida/Bebida

Mapa da mina

Escolha de um bom guia de vinhos deve levar em conta organização das informações, atualizações constantes e abrangência

JORGE CARRARA
COLUNISTA DA FOLHA

JANAINA FIDALGO
DA REPORTAGEM LOCAL

A primeira tarefa, antes de escolher um bom vinho, é descobrir um bom guia. Aquele amigo sempre disponível e preparado para orientar e até socorrer na segunda e derradeira escolha: a do vinho em si.
E o que molda um bom guia? Em primeiro lugar, a não ser que se tenha um alvo especial, ele deve abordar garrafas do entorno do consumidor e, de preferência, enfocar os vinhos disponíveis no mercado.
Afinal, nenhuma avaliação de "crus" franceses que remontam a décadas, orienta ou socorre -não era essa a idéia?- um mortal que quer apenas comprar um bom vinho para tomar hoje em casa.
Em segundo, o guia deve dar uma idéia clara de qualidade. Para isso, alguns usam avaliações com símbolos, estrelas, faixas numéricas (de um a cinco) ou conceitos (de aceitável a excelente). Esse sistema pode ser bom para outros temas, mas há restrições quando se trata de vinho, porque ele define faixas.
Três estrelas podem, por exemplo, agrupar na mesma categoria vinhos com pontuação entre 85/100 e 89/100. Mas um exemplar de 85 pontos não é igual a um de 89. Notas permitem definir mais nitidamente a estatura do vinho. Maior risco para quem avalia, é verdade. Por outro lado, é um auxílio mais preciso para o leitor.
Outra dica eficaz é checar se o guia menciona algum vinho que você já tenha provado. Se houver, veja se a sua opinião bate com a avaliação do autor.
"Para mim, o que vale mais é o santo do crítico bater com o meu", diz Arthur Azevedo, diretor-executivo da ABS-SP (Associação Brasileira de Sommeliers). "Mas, no início, é como religião. O leigo deve ter um pouco de fé e escolher um pastor. Depois, você se familiariza e seleciona os autores que falam perto do seu gosto."
Recorrer à internet também pode ser uma boa opção. Há sites atualizados com agilidade, como o da revista americana Wine Spectator (www.winespectator.com), o do renomado Robert Parker (www.erobertparker.com) e o da inglesa Jancis Robinson (www.jancisrobinson.com).
"A internet é um instrumento ótimo. Sempre consulto os guias do Parker e da Jancis", diz Daniel Pinto, presidente da Sbav-SP (Sociedade Brasileira dos Amigos do Vinho) e autor do "Manual Didático do Vinho: Iniciação à Enologia".

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