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Comida/Bebida
Mapa da mina
Escolha de um bom guia de vinhos deve levar em conta organização das informações, atualizações constantes e abrangência
JORGE CARRARA
COLUNISTA DA FOLHA
JANAINA FIDALGO
DA REPORTAGEM LOCAL
A primeira tarefa, antes de
escolher um bom vinho, é descobrir um bom guia. Aquele
amigo sempre disponível e preparado para orientar e até socorrer na segunda e derradeira
escolha: a do vinho em si.
E o que molda um bom guia?
Em primeiro lugar, a não ser
que se tenha um alvo especial,
ele deve abordar garrafas do
entorno do consumidor e, de
preferência, enfocar os vinhos
disponíveis no mercado.
Afinal, nenhuma avaliação de
"crus" franceses que remontam a décadas, orienta ou socorre -não era essa a idéia?-
um mortal que quer apenas
comprar um bom vinho para
tomar hoje em casa.
Em segundo, o guia deve dar
uma idéia clara de qualidade.
Para isso, alguns usam avaliações com símbolos, estrelas,
faixas numéricas (de um a cinco) ou conceitos (de aceitável a
excelente). Esse sistema pode
ser bom para outros temas, mas
há restrições quando se trata de
vinho, porque ele define faixas.
Três estrelas podem, por
exemplo, agrupar na mesma
categoria vinhos com pontuação entre 85/100 e 89/100. Mas
um exemplar de 85 pontos não
é igual a um de 89. Notas permitem definir mais nitidamente a estatura do vinho. Maior
risco para quem avalia, é verdade. Por outro lado, é um auxílio
mais preciso para o leitor.
Outra dica eficaz é checar se
o guia menciona algum vinho
que você já tenha provado. Se
houver, veja se a sua opinião
bate com a avaliação do autor.
"Para mim, o que vale mais é
o santo do crítico bater com o
meu", diz Arthur Azevedo, diretor-executivo da ABS-SP (Associação Brasileira de Sommeliers). "Mas, no início, é como religião. O leigo deve ter um
pouco de fé e escolher um pastor. Depois, você se familiariza
e seleciona os autores que falam perto do seu gosto."
Recorrer à internet também
pode ser uma boa opção. Há sites atualizados com agilidade,
como o da revista americana
Wine Spectator (www.winespectator.com), o do renomado Robert Parker (www.erobertparker.com) e o da inglesa Jancis Robinson
(www.jancisrobinson.com).
"A internet é um instrumento ótimo. Sempre consulto os
guias do Parker e da Jancis",
diz Daniel Pinto, presidente da
Sbav-SP (Sociedade Brasileira
dos Amigos do Vinho) e autor
do "Manual Didático do Vinho:
Iniciação à Enologia".
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