São Paulo, quarta-feira, 27 de agosto de 2008 |
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Mônica Bergamo bergamo@folhasp.com.br CAETANO & ROBERTO Vips do Rio usam tamancão; em SP, Daslu
A apresentação de Caetano Veloso e Roberto Carlos no Rio e em SP revelou mais uma daquelas expressões que significam coisas completamente diferentes em uma cidade e na outra: VIP. O repórter Paulo Sampaio esteve nas duas. Basicamente, "very important people" no Rio é ator da TV Globo. Em São Paulo, são milionários (banqueiros, industriais, empreendedores) e, em menor número, as "celebridades B". Quem é "A", em geral, está de passagem pela cidade. No Municipal carioca, os astros da Globo têm direito aos melhores lugares (colocam-se à frente da platéia cadeiras trazidas à última hora), podem chegar atrasados e, eventualmente, atrasar o show. A atmosfera é de excitação. No todo, faz lembrar um grupo de crianças em um passeio escolar. "Tem muito holofote (cinegrafistas), muita luz (flashes), é difícil organizar (a platéia). Nunca vi esse nível de concentração global. É "Caras", "Contigo", tudo junto. Acho que talvez isso traga uma dispersão (para o show)", acredita a diretora Daniela Thomas. Exibidos pela própria função, os astros costumam ter opiniões grandiloqüentes, quase dramáticas, sobre o show. "Estou aqui pelo Tom, pela bossa nova, pela tropicália, pela jovem guarda e, meu Deus do céu!, por dois dos maiores cantores da MPB", diz Mila Moreira (a resposta, com pequenas variações, é a da maioria dos entrevistados). Alguns podem se dar ao luxo de ignorar o show. Seu pai não vem? "Acho que não", responde Sílvia Buarque (Chico não foi). Quem não é VIP (ator da Globo) age como se fosse. "Olha a Débora Bloch. Está esmilingüida", diz uma senhora, Valquíria, para a amiga, Lenice. Em SP, os milionários não querem ser identificados. Fogem dos flashes e tratam os repórteres como se fossem seqüestradores em potencial. Em volta, em vez da atmosfera de descontração, estão seguranças. Falta traquejo. "Vim pelo Roberto, ele é do meu tempo...Então tá, até logo", diz Abilio Diniz, ao lado de um "homem-estátua". Se for o caso, as celebridades dizem claramente, sem medo, que preferem Roberto Carlos. "Sou amigo de muito tempo do Roberto, nem preciso dizer o quanto gosto dele", diz Tom Cavalcante. Em SP, volta e meia sai uma expressão em inglês. Ao se referir ao shopping Cidade Jardim, tido como o mais sofisticado da cidade, Denise Steagall, assessora de Andrea Matarazzo, diz ao empreendedor Zeco Auriemo: "No words". Zeco dá uma risada enigmática, meio constrangida. "Viu? Ela gostou do shopping." O figurino muda radicalmente. Enquanto as atrizes globais usam vestidos florais de alcinha, sapato baixo ou tamancão, cabelos ao vento, em SP as mulheres tiram do armário suas grifes. "Tem que colocar a bolsa Chanel, meu amor. Quantas vezes você vai a um show desses?", pergunta a publicitária Carol Gimenes, de Daslu e "pérolas da vovó". De mãos dadas com o novo namorado, Dinho Diniz, Daniella Cicarelli se esconde dos fla-shes atrás do cabelão "chapado". Ela caminha em círculos. "Me sinto um palhaço no picadeiro." Mais experiente, Rodrigo Santoro conversa sem medo com os repórteres. Santoro mora no Rio, mas veio ao show em SP porque tinha que gravar o programa do Jô. "Vai ser um showzaço", diz, antes de entrar. Ao fim, no Rio, o espetáculo se prolonga em uma festa na casa de Paula Lavigne. Em SP, os casais engravatados seguem para jantares em mesas pequenas de restaurantes três estrelas. "Quem conhece Saramago?", diz Meirelles
O diretor Fernando Meirelles e a atriz americana Julianne Moore foram os astros da
pré-estréia do filme "Ensaio sobre a Cegueira", anteontem, em
SP. Ele falou à coluna: FOLHA - Há um ano, você disse que
seu sonho era que alguém vendesse
"Ensaio sobre a Cegueira" como fizeram com "Tropa de Elite", pirateado antes da estréia. FOLHA - Mas corre o risco de ser pirateado antes da estréia? FOLHA - O público do cinema brasileiro caiu bastante neste ano. FOLHA - "Ensaio sobre a Cegueira"
pode melhorar esses números? FOLHA - Uma executiva da Fox nos
disse que só o seu nome pode atrair
800 mil espectadores aos cinemas. Meirelles e Julianne Moore chegaram ao cinema às 21h10, escoltados por um corredor de seguranças. A atriz surgiu primeiro, em um vestido Yves St. Laurent. Ela passou cinco dias em Manaus, com os dois filhos. "Nadamos com botos cor-de-rosa e seguramos anacondas." O Brasil, diz Moore, "é maravilhoso, colorido e moderno, voltado para o futuro. A economia e a cultura emergentes da América do Sul têm muito a dizer para o resto do mundo". Ela "adoraria trabalhar novamente com Fernando, absolutamente extraordinário". Do lado de fora, saia justa: Marcelo Rubens Paiva e Paulo Borges ficaram sem lugar na sala. O escritor é levado para dentro um minuto depois; o criador da SPFW continua esperando. "Você quer entrar? Está lotado", pergunta uma assessora. "Se estiver muito incômodo, eu vou embora", diz ele. Que acaba conseguindo um lugar. CURTO-CIRCUITO O IBCCRIM realiza até sexta-feira o 14º Seminário Internacional de Ciências Criminais, no hotel Maksoud Plaza, com palestras de Eugênio Raúl Zaffaroni e Sylvia Steiner. A ATRIZ EVA WILMA será homenageada hoje, às 19h30, no projeto Dramaturgias, do Centro Cultural Banco do Brasil. O INSTRUMENTISTA Benjamim Taubkin faz, entre sexta e domingo, o show "Encontros e Explorações por Diferentes Caminhos da Música Brasileira", no Auditório Ibirapuera. CARLOS OSCAR NIEMEYER, neto do arquiteto Oscar Niemeyer, participa da Queima do Alho, concurso de culinária típica de peões de boiadeiro, neste sábado, em Barretos. O CANTOR LENINE visita o Espaço Natura, em Cajamar, na Grande SP, hoje, para plantar uma orquídea labiata, mesmo nome de seu novo disco, que será lançado em setembro. com JULIANA BIANCHI, DIÓGENES CAMPANHA e DÉBORA BERGAMASCO Texto Anterior: Horário nobre na TV aberta Próximo Texto: 'Cegueira' muda Índice |
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