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Festival de Veneza começa com Pitt, Clooney e Cakoff
Festival de cinema tem abertura hoje com curta de Manoel de Oliveira filmado no Brasil e novo longa dos irmãos Coen
Co-produções nacionais "Birdwatchers" e "Plastic City" estão em competição; Bressane e Zé do Caixão têm sessões fora da disputa
IVAN FINOTTI
ENVIADO ESPECIAL A VENEZA
O festival mais antigo do
mundo começa hoje em Veneza com George Clooney, Brad
Pitt e Leon Cakoff. É isso mesmo que você leu: Clooney, Pitt e
Cakoff são atores dos filmes da
abertura oficial da 65ª edição
do festival, hoje, às 19h, na sala
grande do Pallazzo del Cinema,
com 1.078 lugares.
Os norte-americanos estrelam "Queime Depois de Ler"
(estréia no Brasil em 28 de novembro), dos irmãos Joel e
Ethan Coen ("Fargo", "Onde os
Fracos Não Têm Vez").
Já Cakoff, diretor da Mostra
Internacional de Cinema de
São Paulo, é o protagonista do
curta "Do Visível ao Invisível",
do português Manoel de Oliveira ("Um Filme Falado"), que fará cem anos em dezembro.
"Na história, encontro um
amigo na avenida Paulista, mas
não conseguimos conversar
porque os celulares não param
de tocar", conta Cakoff.
"A filmagem foi feita em
2004, mas a produção ficou parada até este ano, quando o diretor do festival de Veneza,
Marco Müller, me pediu o filme. Ele gostou e escalou para a
abertura. É uma bela homenagem ao Manoel de Oliveira."
Americanos
Apesar de "Queime Depois
de Ler" não estar em competição, a presença de Clooney e
Pitt hoje à noite no Lido (ilha-sede do evento) dá o tom para
um festival que abraça sem preconceitos a indústria de entretenimento de Hollywood.
Entre os cinco americanos
em competição, destaca-se
"Rachel Getting Married", de
Jonathan Demme, com Anne
Hathaway e Debra Winger.
O roteirista mexicano Guillermo Arriaga ("Amores Brutos") estréia na direção em
"The Burning Plain", com
Charlize Theron. Já Darren
Aronofsky ("Réquiem para um
Sonho") dirige Mickey Rourke
em "The Wrestler".
Itália e Japão aparecem com
três filmes cada um, além de
ambos trazerem uma co-produção com o Brasil. O primeiro
é "Birdwatchers" (observadores de pássaros), de Marco Bechis, filmado no ano passado
em Mato Grosso do Sul e que
aborda conflitos entre indígenas e fazendeiros. Será exibido
segunda e terça que vem.
O outro é "Plastic City" (cidade de plástico), do chinês Yu
Lik-wai. Filmado neste ano em
São Paulo, conta uma história
da mafiosos orientais e gangues
na cidade brasileira. Está programado para sexta, sábado e
domingo.
Dos três filmes japoneses em
competição, dois são desenhos
animados. O terceiro é "Achilles and the Tortoise", de Takeshi Kitano, já premiado em
Veneza em 1997 por "Hana-Bi
-°Fogos de Artifício".
Fora da disputa pelos leões,
dois longas brasileiros serão
exibidos no festival: "A Erva do
Rato", de Julio Bressane e Rosa
Dias, e "Encarnação do Demônio", de José Mojica Marins.
"A Erva do Rato" é o 25º longa de Bressane, que se inspirou
em dois contos de Machado de
Assis para escrever o roteiro.
Estão no elenco Alessandra
Negrini e Selton Mello. O filme
será exibido segunda, terça e
quinta da semana que vem.
"Encarnação do Demônio",
que termina a saga do personagem Zé do Caixão, estreou no
Brasil no início do mês passado
e foi o grande vencedor do 1º
Festival de Paulínia, levando
sete prêmios. Em Veneza, "Encarnação" vai aterrorizar nesta
sexta e no domingo.
A 65ª edição do festival de cinema de Veneza vai até 6 de setembro. O júri é presidido neste
ano pelo cineasta alemão Wim
Wenders, que esteve em São
Paulo na semana passada e participou de uma sabatina promovida pela Folha.
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