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Rock no parque
Liderada pela musa indie Emily Haines,
a banda Metric é a atração principal do
festival gratuito Motomix, hoje, no Ibirapuera
THIAGO NEY
DA REPORTAGEM LOCAL
Sábado pop no parque. Tem a
eletrônica de tintas roqueiras,
tem cartum-rock, tem rock
brasileiro e, liderando tudo isso, a musa indie Emily Haines.
Nascida na Índia e criada no
Canadá, Haines é vocalista do
Metric, grupo que fecha o festival Motomix, evento gratuito
que acontece a partir das 15h de
hoje no parque Ibirapuera.
Antes do Metric, o festival recebe os ingleses The Go! Team
(a banda de cartum-rock) e Fujiya & Miyagi (que, apesar do
nome, é um quarteto de eletrônica) e os brasileiros Nancy,
Vênus e Stop Play Moon.
Apoiado em instrumentação
básica, o Metric consegue alcançar emoções diversas nos
três discos já lançados.
"Live It Out", por exemplo, o
álbum mais recente do grupo
(de 2005), traz a rápida "Monster Hospital". Eles aparecem
bem mais pop em "Succexy", de
"Old World Underground,
Where Are You Now?" (2003).
Já o disco de estréia, "Grow Up
and Blow Away" (gravado em
2001 e lançado apenas em
2007), traz a banda mais crua.
"Nós nos encontramos normalmente em Nova York, mas
vivemos em lugares diferentes,
talvez por isso seja complicado
definir nossa música", afirma
Haines à Folha, por telefone.
Além de Haines, que também toca sintetizadores, o Metric é preenchido por James
Shaw (guitarrista), Josh Winstead (baixista) e Joules Scott-Key (bateria).
"Cada disco é distinto. "Old
World..." é new wave. "Grow
up..." é mais roqueiro. "Live It
Out" foi gravado para capturar
o som da banda ao vivo. O próximo disco será talvez uma
combinação de todos eles."
Haines fala calmamente e
pontua as frases com uma simpática risadinha. Se a voz é aguda e doce, quase a de uma adolescente, ao vivo ela se comporta como uma veterana de palco.
Explica-se: Haines é integrante bissexta do coletivo
Broken Social Scene e ainda
comanda o projeto Emily Haines & The Soft Skeleton.
"Minha banda é o Metric, é
meu projeto favorito. Mas cresci ouvindo diferentes tipos de
música, então me sinto bem
cantando várias coisas. O som
do Metric é mais... luminoso,
rápido, com energia. Meu trabalho solo é mais introspectivo. E os caras do Broken Social
Scene são meus amigos, tomamos cerveja juntos. Mas meu
papel ali é menos importante
do que no Metric."
Comparações
Pelas composições acima da
média, Haines já foi comparada
a gente como o cantor americano Elliott Smith (1969-2003).
"Isso é uma honra, fico embaraçada quando fazem esse tipo de comparação. Elliott
Smith fez alguns de meus discos favoritos", conta. "Mas somos uma banda que não vive
numa bolha, estamos interessados no que está acontecendo
na música hoje."
Segundo a vocalista, o Metric
lançará o quarto álbum no segundo semestre. "Estamos finalizando as gravações."
Uma curiosidade: Emily Haines e o Metric fazem uma ponta no filme "Clean" (2004), do
francês Olivier Assayas, tocando a faixa "Dead Disco".
Vale a pena chegar cedo ao
Ibirapuera. A primeira banda a
tocar no Motomix, às 15h, será
a brasiliense Nancy, dona da
deliciosa "Keep Cooler" (ouça
em www.myspace.com/lixorama). Às 15h40, vem o Vênus
(Campinas), seguido por Stop
Play Moon (16h05).
O quarteto inglês Fujiya &
Miyagi inicia o show às 17h. Depois vêm The Go! Team
(18h20) e Metric (19h40).
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