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Frank Gehry ganha o Leão de Ouro de Veneza
Arquiteto que projetou Guggenheim de Bilbao é premiado pelo conjunto da obra
"Gehry transformou a arquitetura moderna e a libertou dos limites da
construção", diz curador-geral da Bienal, Aaron Betsky
DA REPORTAGEM LOCAL
O arquiteto norte-americano
Frank Gehry, 69, venceu o Leão
de Ouro da Bienal de Arquitetura de Veneza pelo conjunto
de sua obra. Segundo os organizadores da mostra, o homem
que projetou o museu Guggenheim de Bilbao, na Espanha, é
"o arquiteto vivo que tem demonstrado mais claramente
quão maravilhosa e produtiva
pode ser a experimentação".
Gehry já venceu o Prêmio
Pritzker, considerado o "Nobel
da Arquitetura", em 1989. Também projetou a sala de concertos Walt Disney, em Los Angeles; o Weisman Art Museum, em Minneapolis; a Dancing
House, na República Tcheca; e
sua própria casa, em Santa Monica, na Califórnia.
Os jurados do prêmio em Veneza disseram, em comunicado
oficial ontem: "o que talvez não
entendam muitos que admiram suas formas sinuosas e o
abraço cheio de luz de seus espaços é que a base dessas mesmas formas não é só intuição,
mas anos de experimentos".
A 11ª edição da principal
mostra de arquitetura do mundo, que vai de 14 de setembro a
23 de novembro em Veneza este ano, tem como título "Out
There: Architecture Beyond
Building" (arquitetura além da
construção). O curador do
evento, o norte-americano Aaron Betsky, escolheu destacar,
no lugar de projetos, a arquitetura e seu impacto no estilo de
vida e experimentações em
prol da forma, o que casa com a
escolha de Gehry como vencedor do Leão de Ouro.
História
"Frank Gehry transformou a
arquitetura moderna e a libertou dos limites e restrições das
práticas habituais da construção", afirmou Betsky. "Tão experimental quanto a arte que
lhe serviu de inspiração, a arquitetura de Frank Gehry é
nosso modelo mais moderno
de arquitetura além da construção", acrescentou.
Gehry, aliás, projetou um dos
terminais do aeroporto de Veneza e venceu a competição para construir o chamado "Venice Gateway", projeto que inclui
hotel, terminal marítimo e centro de convenções que vai ligar
o centro histórico da cidade à
região do aeroporto.
O júri em Veneza também
anunciou que entregará um
Leão de Ouro pelo conjunto da
obra ao historiador de arquitetura norte-americano James S.
Ackermann, um dos maiores
especialistas na obra do arquiteto renascentista Andrea Palladio, cujos 500 anos de nascimento são comemorados este
ano, e também tido como um
dos criadores da história da arquitetura moderna. Uma vez
perguntado sobre seus ídolos e
inspiradores na arquitetura,
Gehry apontou para uma foto
de obras de Brancusi (1876-1957) e disse que pensava "em
artistas assim".
"Ele influenciou mais minha
obra do que a maioria dos arquitetos. Já disseram que um
arranha-céu que fiz em Nova
York parecia uma escultura do
Brancusi", disse Gehry. Entre
seus arquitetos preferidos, lista
o finlandês Alvar Aalto.
Nascido no Canadá, Gehry se
naturalizou americano e se radicou em Los Angeles, onde se
formou na USC (Universidade
do Sul da Califórnia) e fez, em
grande parte, projetos residenciais. Diz ainda admirar o americano Philip Johnson, ligado à
Escola de Chicago e conhecido
pelas casas que projetou.
Com agências internacionais
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