|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Memorial exibe 700 raras
peças indígenas de coleção
"Viagem Noturna" tem de armas à arte plumária
MARIO GIOIA
DA REPORTAGEM LOCAL
Não há obras de Henry Moore nem de Anish Kapoor, mas a
amostragem de parte da coleção do ex-banqueiro Edemar
Cid Ferreira, com um recorte
de peças de arte indígena, é um
dos pontos altos da temporada
de exposições do Memorial da
América Latina neste ano.
"Viagem Noturna - Arte Indígena: Preservação" é aberta para o público hoje, reunindo cerca de 700 objetos -a coleção
sob a guarda provisória do Memorial tem 1.200- de diversas
etnias indígenas brasileiras.
Era para ser aberta na terça,
mas a Justiça determinou que
se suprimisse o nome de Cid
Collection do seu título.
A montagem e a cenografia
da mostra, assinadas por Marcos Albertin, propositalmente
deixam o ambiente da galeria
Marta Traba mais escuro.
"Acho que foi uma boa escolha, pois isolou a galeria do exterior e ajuda na preservação,
que é um dos focos da exposição", diz uma das coordenadoras da exposição, a inglesa
Maureen Bisilliat, 77, fotógrafa
com produção ligada à cultura
indígena, em especial a do Parque Nacional do Xingu (MT).
De acordo com a curadora de
conservação de "Viagem Noturna...", Daisy Estrá, a equipe
encarregada da exposição trabalha há dois anos com o acervo, resolvendo problemas de
conservação e catalogação do
conjunto. "Houve algum dano
em algumas peças, especialmente as menores, mas nada
grave e, por isso, foi possível recuperar. Comparando com os
catálogos de mostras com elas
no exterior, foi constatado que
essa parte indígena se manteve
mais ou menos intacta."
Para Bisilliat, o conjunto que
mais se destaca na coleção é
formado por objetos de arte
plumária. Na galeria, há uma
parede repleta deles, de diversas etnias, destacando-se no
centro uma grande peça dos
caiapós. "Conjuntos como esses estão cada vez mais raros."
Nos demais segmentos, peças de rituais e armas são outros dos pontos altos da mostra.
Há também cerâmicas, roupas,
instrumentos musicais, trançados e utensílios domésticos, entre outras coisas.
Uma decisão judicial dividiu
a antiga coleção de Edemar Cid
Ferreira para diversas instituições de São Paulo. A parte indígena está com o Memorial sob
guarda provisória. Obras de
Moore e Kapoor, entre outros,
seguem desaparecidas.
VIAGEM NOTURNA - ARTE
INDÍGENA: PRESERVAÇÃO
Quando: de ter. a dom., das 9h às
18h; até 3/8
Onde: Memorial da América Latina
-galeria Marta Traba (av. Auro Soares de Moura Andrade, 664, tel. 0/
xx/11/3823-4600)
Quanto: entrada franca
Texto Anterior: Frank Gehry ganha o Leão de Ouro de Veneza Próximo Texto: Guggenheim pode ganhar anexo "verde" Índice
|