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"Estou nervosa com show em SP", diz estrela latina
Sucesso na Espanha e no México, Julieta Venegas leva seu pop "redondo" ao Auditório Ibirapuera, com ingressos esgotados
Cantora ganha lançamento nacional de seu "MTV Unplugged", com álbum e DVD; Marisa Monte participa do trabalho
JOSÉ FLÁVIO JÚNIOR
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
No pop latino, poucos artistas possuem tanto prestígio
quanto Julieta Venegas atualmente. Ela tem palco em quase
todos os cantos do continente e
na Espanha, um número considerável de hits e alguns prêmios Grammy na estante. Mas
trocaria uma boa parte disso
tudo pelo êxito no Brasil.
Nascida nos EUA e criada em
Tijuana (México), a cantora faz
hoje sua estréia oficial em palcos brasileiros, no Auditório
Ibirapuera. Mas Julieta já participou do "Acústico MTV" de
Lenine, registrado no mesmo
local, gravou com Otto para
uma trilha sonora de um filme
mexicano, cantou em show de
Lafayette & Os Tremendões e
dividiu o microfone com Érika
Martins (ex-vocalista da banda
Penélope) numa versão em
português de "Lento", um de
seus sucessos.
"Estou muito nervosa com
esse show. Até outro dia, topava
qualquer negócio para me
apresentar no Brasil. Agora vou
tocar naquele lugar lindo", diz,
pelo telefone. A vinda de Venegas é motivada pelo lançamento de seu CD e DVD "MTV Unplugged", que conta com a participação de Marisa Monte, entre outros convidados.
"Conheci sua música por
meio da minha irmã gêmea,
que morou em Portugal e me
mandou o primeiro disco dela.
Quando a convidei para participar do meu disco e ela topou,
quase não acreditei", conta ela
sobre Marisa, que está no CD,
mas não participa do show.
Venegas mandou a idéia de
uma música inédita para a carioca, que adaptou seus versos
para o português com ajuda de
Arnaldo Antunes. O resultado é
a singela "Ilusión", cujo vídeo
extraído do DVD é hit no YouTube. Ciente do potencial do
dueto, a Sony BMG tentou explorá-lo como faixa de trabalho
aqui, mas não obteve autorização -"El Presente" terminou
escolhida como single.
Outro brasileiro assina a produção do trabalho. É Jaques
Morelenbaum, nome que foi
sugerido a ela por Gustavo Santaolalla, argentino detentor de
dois Oscars de trilha sonora
original.
Influência mexicana
Mas Venegas não cai no samba. Seu pop redondinho tem é
influência da música regional
mexicana e de grupos como Los
Tigres del Norte. Isso é reforçado pelo acordeão, instrumento
que ela escolheu já no começo
da carreira. "Estudei piano a vida inteira, mas me sentia enterrada nele. Tive curiosidade pela
sanfona e acabei me encontrando. Hoje até existem mais
mulheres tocando sanfona,
principalmente no campo da
música folclórica."
Ela aponta o Café Tacuba como o grupo conterrâneo que
mais tem a ver com seu trabalho. Porém, suas letras e sua
forma de cantar são bastantes
próprias, como aponta Santaolalla nos extras do DVD.
"Aprendi muito cedo a lidar
com minhas limitações. Como
não tenho uma grande voz, me
esforcei para encontrar um
modo diferente de interpretar,
um estilo só meu", explica.
"Posso dizer que o aconteceu
comigo profissionalmente é
muito mais do que imaginei."
JULIETA VENEGAS
Quando: hoje, às 21h
Onde: Auditório Ibirapuera (av. Pedro
Álvares Cabral, s/nº, portão 2, tel. 0/
xx/11/5908-4299); livre
Quanto: R$ 50 (ingressos esgotados)
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