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Crítica
"Zulu" cria uma atmosfera memorável
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Quando se enfrenta uma força infinitamente maior e mais
preparada para a luta, o que fazer? Esse é o primeiro dilema
de "Zulu" (TCM, 22h; classificação indicativa não informada), aventura que relata os fatos ocorridos em 1879, na África do Sul sob dominação britânica, batalha conhecida como
Rorke's Drift.
O dilema, óbvio, é entre ficar
e enfrentar o inimigo ou bater
em retirada. Passemos pelo aspecto "aventura colonial" da
história. É um momento épico,
em que uma guarnição de 120
soldados tem de se bater contra
4.000 guerreiros zulus. Não interessa quem está com a razão.
Viver, sobreviver, guardar posição e, com ela, sua honra, isso
sim interessa.
Ao menos parece ser o que
interessou a Cy Endfield, diretor deste filme: a épica. Tudo,
inclusive os ornamentos de
guerra, os sons, os prenúncios
da tormenta, tudo colabora para uma atmosfera memorável.
Por falar em épica, o TC Cult
exibe, também às 22h, o grandioso "Apocalypse Now" (18
anos), de Francis F. Coppola.
Para terminar o dia, "Festim Diabólico" (TCM, 0h25;
classificação indicativa não informada), filme de Hitchcock
que ficou famoso pelo uso dos
planos-sequência encadeados
como se fossem apenas um.
Haveria mais motivos para a
fama, pois esse encadeamento
corresponde a uma febril disputa em torno da inteligência e
seus usos (o culto da própria
inteligência correspondendo,
para Hitch, à essência do mal).
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