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São Paulo, domingo, 30 de novembro de 2003

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LITERATURA

Recluso, autor fez discurso e se deixou fotografar

Rubem Fonseca recebe de Gabriel García Márquez prêmio mexicano

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O escritor Rubem Fonseca, 78, recebeu ontem das mãos do seu colega colombiano Gabriel García Márquez o Prêmio de Literatura Juan Rulfo, na abertura da 17ª Feira Internacional do Livro de Guadalajara, no México.
Normalmente esquivo a fotografias e avesso a entrevistas, o autor de "Agosto" posou para as lentes, fez discurso para repórteres e brincou com García Márquez, igualmente recluso -e que não fez nenhuma declaração durante a cerimônia.
Foi por conta do Nobel de 1982, autor de "Cem Anos de Solidão", que Fonseca diz ter viajado para receber o prêmio. "Só quando soube que Gabo entregaria o Juan Rulfo é que decidi enfrentar meu medo de multidão", afirmou.
O escritor mineiro radicado no Rio, que recebeu US$ 100 mil pelo prêmio, elogiou ainda o "inspirador" da cerimônia. "Senti um imenso impacto com os livros de Rulfo, que mostrou com sua literatura que toda realidade é um produto da imaginação", disse Fonseca. "Seguimos escutando Rulfo porque ele sempre tem coisas para dizer", acrescentou sobre o mexicano nascido em 1918 e morto em 1986, autor do clássico "Pedro Páramo".
Um dos principais prêmios literários da língua espanhola, em sua 13ª edição, o Juan Rulfo foi dado a Fonseca com unanimidade dos sete jurados.
O escritor, introdutor do romance policial moderno no Brasil e elogiado principalmente por seus contos, já ganhou neste ano o Prêmio Camões, principal distinção da língua portuguesa.


Com Cassiano Elek Machado, da Reportagem Local


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