|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
"Samba Social Clube" reúne nata do gênero no Rio
Gravação de CDs e DVDs que devem ser lançados a partir de outubro juntou Zeca Pagodinho, Beth Carvalho, Gilberto Gil e outros
FÁBIO GRELLET
DA SUCURSAL DO RIO
Zeca Pagodinho, Beth Carvalho, Jorge Aragão, Fundo de
Quintal, Alcione, Almir Guineto, Arlindo Cruz... Essas e outras mais de 20 celebridades do
samba são as atrações do "Samba Social Clube", CD e DVD
gravados ao vivo no Rio, na segunda e terça-feira passadas,
durante dois shows na Fundição Progresso, na Lapa.
O projeto foi criado a partir
de um programa homônimo
veiculado desde o ano passado
pela rádio carioca MPB FM
-referência óbvia ao Buena
Vista Social Club, que reunia a
nata dos músicos cubanos e gerou disco e filme.
Os shows no Rio reuniram
tantos artistas que devem render dois CDs e dois DVDs. Os
primeiros CD e DVD têm lançamento previsto para o final
de outubro; os seguintes, para
janeiro ou fevereiro. O preço
ainda não está definido. A divisão do repertório também não
foi decidida. Alguns artistas
gravaram duas músicas e devem figurar nos dois volumes.
Ao todo, foram gravadas mais
de 30 canções. Os dois volumes
devem conter pérolas: "O Bêbado e a Equilibrista" na voz de
Beth Carvalho, "Vai Passar" e
"O Mar Serenou" interpretadas
por Jorge Aragão, "Amor até o
Fim" por Gilberto Gil... E esses
são só alguns exemplos.
Pelo palco desfilaram músicos de idades tão distintas como o mangueirense Nelson
Sargento, 84 anos recém-completados, e a cantora Roberta
Sá, 27. Sargento cantou com o
portelense Mauro Diniz "Velhas Companheiras", que celebra a união das duas escolas de
samba. Monarco representaria
a Portela, mas um problema de
saúde o impediu de participar.
Para aplaudir os astros, cerca
de 3.000 pessoas pagaram ingressos de até R$ 50. A repetição das músicas -necessárias
para garantir a qualidade das
gravações- cansou o público.
No começo, quando Zeca Pagodinho repetiu "É Preciso Muito
Amor", a bancária Sônia Pereira, 42, garantiu: "Ele pode cantar a mesma música a noite toda que ficarei aqui". Após várias
regravações, porém, muitos decidiram ir embora. Afinal, foram três horas e meia só para
gravar as primeiras 19 músicas.
Quem ficou não economizou
aplausos -menos para Sandra
de Sá, que, antes de cantar
"Água na Boca", cruzou os braços erguidos formando um X,
símbolo da torcida do Flamengo. O público vaiou por minutos a fio, mesmo depois que ela
tentou consertar mencionando
os outros clubes do Rio.
Texto Anterior: Música: Jam com Nelson Ayres recebe grupo Pau Brasil Próximo Texto: Comida: Ovo de ouro Índice
|