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Saxofonista mescla jazz e funk em clima carnavalesco De Nova Orleans, Donald Harrison afirma que tradição musical de sua cidade é tão festiva quanto a do Brasil Artista que inspirou a série "Tremé", da HBO, faz dois shows como atração do Bourbon Street Jazz Fest CARLOS CALADOCOLABORAÇÃO PARA A FOLHA Quem acompanhou as primeiras temporadas da série de TV "Tremé" -produção do canal pago HBO, que retrata a reconstrução da cidade norte-americana de Nova Orleans, devastada pelo furacão Katrina, em 2005- logo vai reconhecer a figura desse inquieto músico. Destaque da décima edição do Bourbon Street Fest, que prossegue até dia 19, em São Paulo, Rio e Brasília, o saxofonista e cantor Donald Harrison, 53, vai se apresentar na capital paulista (quinta, no Bourbon Street Music Club) e na capital federal (sexta, às 20h, no Museu da República, com entrada gratuita). Expoente do jazz moderno de Nova Orleans, Harrison comentou, em entrevista à Folha, que dois personagens de "Tremé" -o trompetista Delmond e seu pai "Big Chief" Lambreaux, que comanda um bloco de índios, tradição do Carnaval local- foram diretamente inspirados em sua história de vida. "David Simon já me segue por uns 20 anos", diz, referindo-se ao criador da série, cuja terceira temporada estreia dia 23 de setembro, nos EUA (ainda sem data de exibição no Brasil). Como o trompetista de "Tremé", Harrison foi para Nova York, em 1982, onde se revelou como integrante da banda The Jazz Messengers, do baterista Art Blakey. "Aqui em Nova Orleans, sempre gostamos de diversos tipos de música", afirma. "Porém, na época em que morei em Nova York, quando explicava meu conceito musical aos produtores das gravadoras, eles diziam que ninguém compraria um disco como os que eu queria fazer. Por isso, decidi voltar para Nova Orleans, em 1989, e desde então só faço o que eu quero." Mais do que em seus álbuns (o recente "Quantum Leap" é bem jazzístico, embora também se abra ao funk e ao soul), o saxofonista costuma exibir todo seu ecletismo nos palcos. No último New Orleans Jazz & Heritage Festival, em maio passado, ele iniciou seu saboroso show tocando jazz, funk e soul. Na parte final, assumiu sua persona Big Chief, cantando vestido com uma fantasia de líder indígena. "O Carnaval tem o mesmo significado em Nova Orleans e no Brasil", diz ele. "Como lá [Nova Orleans], a música brasileira também faz parte da vida diária. Toda vez que vou ao Brasil sinto como são fortes nossas conexões musicais", diz Harrison, que também vai exibir aqui seu personagem carnavalesco, acompanhado pelo duo Zulu Connection. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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