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Crítica Música Erudita Ao lado da Osesp, pianista de 17 anos evita exibicionismos SIDNEY MOLINACRÍTICO DA FOLHA A música clássica acaba de sair de uma verdadeira "semana da Polônia no Brasil", com Krzysztof Penderecki regendo obras próprias em Belo Horizonte, terça (7/8), e a Osesp apresentando programa dedicado a Górecki, Chopin e Szymanowski. Na Sala São Paulo, na última sexta, a Osesp foi regida por Antoni Wit (diretor da Filarmônica de Varsóvia) e teve solos do jovem pianista Jan Lisiecki, 17, canadense filho de poloneses. O concerto foi um retrato da amarração temática da temporada, que estabelece elos dialéticos entre compositores, obras e intérpretes. Nas "Três Peças em Estilo Antigo" para cordas, de Henryk Górecki (1933-2010) -obra de 1963, repleta de ressonâncias e harmonias modais-, a orquestra estava inspirada e concentrada. Seguiu-se o "Concerto nº 1" para piano, de Chopin (1810-1849), escrito em 1830 como despedida de sua Polônia natal. O fato de ter sido composto e estreado por um músico de 20 anos parece justificar o convite a um solista adolescente. Lisiecki é esguio e tranquilo, equilibra cada frase com a orquestra e controla o brilho dos agudos. Recusa o falso exibicionismo -basta dizer que escolheu Bach como bis-, e já é um dos grandes pianistas de sua geração. Grande músico também é o regente Antoni Wit, ex-assistente de Herbert von Karajan (1908-1989), impecável na complexa "Sinfonia nº 2" (1910), de Karol Szymanowski (1882-1937). "Pesadinha, não?", foi o comentário de uma mulher ao final. Wit aliou empatia a conhecimento profundo do repertório, e seria muito bom vê-lo com mais frequência. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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