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Crítica / Drama Intérpretes generosos traduzem com elegância um clássico de James Joyce LUIZ FERNANDO RAMOSCRÍTICO DA FOLHA Literatura viva. "Ulisses Molly Bloom - Dançando Para Adiar", montagem da Companhia Estrela Dalva, adapta o célebre romance de James Joyce (1882-1941) sem encená-lo todo, mas dando vida a seus personagens centrais. Os dramaturgos Lucienne Guedes e Márcio de Castro mantiveram a estrutura do livro, que narra um dia na vida de Leopold Bloom. As cenas não se configuram por diálogos e sim por falas isoladas e pelas ações físicas. O espetáculo se concentra no próprio Bloom e em sua esposa Molly, que fica em casa quando o marido sai, de manhã, para um périplo que só terminará à noite. No retorno à casa ele reencontrará Molly na cama, onde ela teria, na sua imaginação, passado o dia com um amante. A direção de Marcelo Gianini dá conta da narrativa básica sem precisar de nenhum didatismo. O texto de Joyce não soa literário e se encaixa bem nas atuações desenhadas. Paulo Gircys, como um Bloom entre palhaço e patético, é o tempo todo assombrado pelas aparições de uma exuberante Molly, na pele da atriz Lígia Helena, figura de delírio, que oscila entre ser doce e selvagem. É notável como uma encenação tão simples, apenas com uma direção de arte elegante e intérpretes generosos, consiga a proeza de traduzir em miúdos uma obra literária tão complexa. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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