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crítica/drama
Cronenberg segue passos do pai em filme de horror atual
Filho de diretor de "A Mosca" mira celebridades no bom "Antiviral"
Cronenberg é, como Hitckcock ou Ford, mais que o sobrenome de um cineasta. Define uma ideia de cinema, um universo próprio e um modo tão particular de mostrá-lo que qualquer esforço de adotá-lo como inspiração corre o risco de se confundir com plágio ou caricatura.
Brandon, filho de David Cronenberg, estreia em longa com um trabalho cuja abordagem e simbolismos retomam o cinema de gênero praticado pelo pai na primeira metade de sua carreira.
Como "Videodrome", "Antiviral" interpreta as possibilidades da tecnologia ao imaginar um futuro pós-humano que encontra forma avançadas de controle mental.
Como "Rabid" e "A Mosca", o contágio e a mutação libertam forças que, ao ultrapassar o humano, destroem-no.
Mais próximo de nossa atualidade que as sombrias fábulas do pai, Brandon exacerba o consumo de informações sobre a vida dos "famosos", traduzindo a intimidade virtual para um plano biológico.
Em "Antiviral", a aquisição de doenças cultivadas nas celebridades radicaliza a ideia de compartilhar posts no Facebook ou de seguir perfis no Twitter, ambos mídias virais e pós-Cronenberg pai.
Tais escolhas sugerem interpretações que podem ir desde a acusação de falta de originalidade ao elogio de uma inteligência conceitual expressa na vampirização de um modelo. Por enquanto, a proximidade do imaginário paterno dificulta identificar um lugar fora da esfera familiar para o jovem diretor.
Mesmo assim, o modo como "Antiviral" explora plasticamente o horror em ambientes imaculados e nos domina com seus espaços claustrofóbicos sugere uma potência a aguardar.
ANTIVIRAL
QUANDO amanhã, às 15h, na Cinemateca
CLASSIFICAÇÃO 14 anos
AVALIAÇÃO bom
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