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Crítica documentário
Filme faz propaganda pela união nacional contra 'bullies'
FERNANDA EZABELLA DE LOS ANGELES"Bully" é um documentário com segundas intenções. Com algumas imagens chocantes e adolescentes desamparados, quer provar que existe uma epidemia de bullying nas escolas norte-americanas.
O diretor Lee Hirsch, que estreou em documentários com um filme sobre apartheid e música na África do Sul, em 2002, filma de perto a vida de cinco adolescentes em cidades do interior dos EUA que sofrem abusos de colegas.
Há o "cara de peixe" que apanha nos intervalos e não tem amigos, a lésbica que não pode entrar nem na igreja, e outra que se cansa e vai armada no ônibus escolar.
Há também dois que cometeram suicídio, mas as histórias são recontadas de forma bastante superficial, apoiadas na dor dos pais, ora revoltados, ora culpados.
O resultado é mais reality show do que documentário investigativo, um clima generalizado de propaganda institucional pela união da nação contra os "bullies" e as diretoras malvadas de escolas públicas.
Pouco se fala da razão de ser dos bullies, que devem azucrinar mais de 13 milhões de adolescentes por ano nos EUA, segundo o filme.
"Bully" tem o mérito de ter feito barulho pela causa antibullying, no começo deste ano, mas talvez fosse mais interessante e incentivador mostrar como muitos nerds esquisitões zuados do passado são hoje os milionários do Vale do Silício ou astros da indústria dos quadrinhos.
No final, o fato de o filme ter sido inicialmente classificado impróprio para menores de 17 anos por causa de palavrões diz mais do que o próprio filme sobre a sociedade americana, cada vez mais amedrontada e superprotetora.
BULLY
QUANDO hoje, às 14h, no CineSesc, e amanhã, às 19h, no Cinemark Santa Cruz
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