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SP 450
Arquitetos, paisagistas, publicitários e donos de imobiliárias mostram as melhores formas de oferecer a cidade que aniversaria dia 25
Vende-se São Paulo
LUÍS PEREZ
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Finda a contagem regressiva
do Ano Novo, tem início outra:
faltam três semanas para os 450
anos de São Paulo, cidade odiada
na mesma proporção com que é
amada. A Folha convidou, a fim
de lembrar a data, arquitetos, paisagistas, publicitários e donos
de imobiliárias, para responder
à questão: esta metrópole, de miscigenação inigualável e gastronomia idem, ainda pode ser vendável? Afinal, também há o caos
no trânsito, a poluição e a insegurança, entre outras mazelas.
Aos que responderam sim à
questão, foi então lançado o desafio: oferecer a cidade com as "armas" de que dispõem, como se
São Paulo fosse um superlativo
empreendimento imobiliário. Os
publicitários deveriam elaborar
um anúncio grande, desses que
levam desenho, planta baixa e
resumo dos atrativos; os donos de
imobiliária entrariam com o famoso classificado tipo "tijolinho".
Já os paisagistas fariam sugestões
de como tornar a cidade um local
mais agradável para viver.
Era de esperar muita criatividade por parte dos publicitários, aos
quais foi oferecida até uma página
inteira de jornal. Mas, como que
tragados pelo turbilhão de afazeres do final do ano passado, o
que grande parte deles mais teve
tempo de pensar foi justamente
nos consagrados "tijolinhos".
Simplesmente três agências de
ponta tiveram essa mesma idéia
"original" e "genial", ou seja, fazer
dos "tijolinhos gigantes" uma homenagem à cidade em que vivem.
"Democratização"
"É o que está na cabeça das pessoas. Classificados são o maior
grito que o cidadão comum pode
dar na hora em que pretende vender um imóvel", afirma Sérgio
Valente, 39, vice-presidente de
criação da DM9DDB.
"É a democratização da informação. Você só precisa ser econômico na palavra e contundente no
texto. Claro que, se a pessoa tem
uma grande verba para investir,
ela poderá produzir um grande
anúncio", afirma o executivo.
Apesar de todo o caos urbano,
é unânime a opinião de que São
Paulo é vendável sim. "O Rio
de Janeiro, que é obviamente um
dos lugares mais lindos do mundo, não tem suas fronteiras cercadas. Portanto, quem está aqui
é porque quer", raciocina Rodrigo Leão, redator da W/Brasil.
Para ele, o argumento de venda
se resume em uma frase (ou slogan): "Aqui tudo é possível".
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