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PAISAGISMO
Para eles, que preferem áreas infantis e jardins, espaço é para emergentes
Nem todos os arquitetos contemplam os gazebos
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Apesar de estarem na moda, gazebos e pérgolas, se não forem
bem desenvolvidos, podem perder suas funções e virarem apenas
um item a mais no folheto de vendas, opina Martha Gavião, 42, paisagista e autora de 400 projetos.
"Dificilmente o morador vai fazer uma massagem em um gazebo no jardim do prédio, com todas as crianças e até curiosos
olhando em volta. Sou mais elaborar um belíssimo jardim", justifica -veja opções abaixo.
Mesmo esboçando em seus projetos espaços destinados à contemplação e ao relaxamento,
Marcelo Faisao admite o uso abusivo. "Virou local de emergente. É
chique falar "tenho um gazebo"."
"É moderno", confirma o administrador de empresas Alex Yamamoto, 26, morador do Living
Concept. "Na Copa, foi disputadíssimo. Tínhamos de reservá-lo
com muita antecedência." Integrado à churrasqueira e à piscina,
""dá até para pegar um sol", diz.
Há 12 anos, quando se mudou
para um tríplex em Cerqueira César (zona centro de São Paulo),
Christian Heymes, 55, arquiteto
e dono de um antiquário, resolveu que o último andar seria um
gazebo para relaxar e conviver
com amigos em dias de sol.
Mas Martha explica que, nas
pesquisas de avaliação de pós-ocupação em residenciais, áreas
como gazebos e espaço ""gourmet", quando coletivas, não são
utilizadas em toda sua potencialidade. "Prefiro converter estes lugares em espaços para crianças."
Locais que agradem aos pequenos moradores é outra preocupação da arquiteta. "Muitos paisagistas partem do princípio que
pessoas com alto poder aquisitivo
não têm filhos e, na área útil, reservam espaços com ar adulto e
pouco atraentes para as crianças."
Segundo ela, a necessidade de
criar mais espaços infantis partiu
de pesquisas. "Além do mais,
100% dos compradores dizem
que o paisagismo do edifício influenciou na compra."
(APO)
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