São Paulo, domingo, 04 de setembro de 2011
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Apartamento do panfleto nem sempre corresponde ao entregue Imagens 'meramente ilustrativas' devem ter informações reais do futuro empreendimento
Código de Defesa do Consumidor prevê uso de anúncios e panfletos como prova em caso
de processo judicial
CARLOS ARTHUR FRANÇA DE SÃO PAULO O imóvel sonhado é perto de tudo -shopping, estação de metrô e grandes avenidas-, tem vista para o verde e, claro, o tamanho exato de seus móveis e de seu bolso. Comuns em panfletos e campanhas publicitárias de lançamentos, promessas nem sempre cumpridas na realidade podem confundir o comprador desatento, mas servem de prova no caso de eventuais questionamentos na Justiça, dizem especialistas ouvidos pela Folha. O deslize mais comum, aponta o advogado Marcelo Tapai, é usar o nome de região mais valorizada no empreendimento, mesmo que esteja longe da área. O nome do bairro Tatuapé (zona leste), por exemplo, agrega valor a uma obra que, na verdade, fica no Carrão. "Ninguém compra um imóvel exclusivamente pelo nome, mas isso atrai", explica. Verde nas vistas das varandas em folhetos é outra prática comum, mesmo quando o entorno não tem parques ou arborização nas ruas. O desenho da planta fora de escala também pega compradores incautos, alerta Paulo Grandiski, perito do Ibape-SP (Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias). "[O panfleto mostra] um quarto com cama de casal e dois criados-mudos em uma largura de 1,6 m. A gente sabe que não cabe, mas e o comprador?", questiona.
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