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EXCLUSIVO
Aluguel em alta nos últimos 5 anos (média de 21%) desse segmento faz desempenho geral não ser mais negativo
Escassos, 4-dormitórios seguram queda
DA REDAÇÃO E
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Com altas de 21,3% e 20,7%,
respectivamente, os apartamentos e casas de quatro dormitórios,
escassos no mercado e restritos a
bairros nobres da cidade, seguraram a queda geral no preço dos
aluguéis nos últimos cinco anos.
Os apartamentos de três dormitórios ficaram com a segunda e
última variação positiva -5%-,
ainda de acordo com o estudo
da Folha com base nas estatísti-
cas da Aabic (associação de ad-
ministradoras de condomínios).
As demais foram todas negativas: no segmento de apartamentos, quitinetes (-3,5%), um-dormitório (-6%) e dois-dormitórios
(-4,4%); no de casas, um-dormitório (-2,4%), dois-dormitórios (-5,5%) e três-dormitórios (-3,6%).
Para José Roberto de Toledo, 50,
diretor da Lello, maior administradora de imóveis da capital,
"depois de uma supervalorização
na transição do Plano Real, em 94,
os preços de aluguel retrocederam, em 95, 96 e 97, e se acomodarem à realidade do mercado".
A partir de 98, a oferta abundante de imóveis na cidade e a situação econômica se encarregaram de manter a variação das locações abaixo da inflação, explica
Toledo, que é ex-presidente da
Aabic. "E, de um ano para cá, a
queda foi mais acentuada", diz.
Economia estagnada
"O nível de atividade econômica
quase estagnado dos últimos anos
é a principal explicação para a
queda real nos preços de aluguéis", avalia Claudio Anauate,
57, presidente da Aabic e dono da
administradora Anauate Caccur.
Comprar em vez de alugar. "Essa escolha, facilitada por linhas de
financiamento da CEF e por outras, como as do Plano 100 e do
Plano Melhor, também diminuiu
a movimentação de capital no
mercado de locações", lembra.
Segundo a incorporadora e
construtora Rossi, durante sua
existência (92-98), o Plano 100
(crédito em cem parcelas fixas,
reajustadas pelo IGP-M) financiou 15.746 imóveis novos. No
Plano Melhor (1993-1996), foram
7.500, informa a Goldfarb.
"Com a queda na procura e o
consequente aumento de oferta,
tornou-se comum que proprietários não reajustassem o aluguel
para não perder o inquilino", explica o presidente da Aabic.
"E, para piorar a situação dos
menores [um e dois dormitórios],
surgiu a concorrência dos flats,
cujo número aumentou vertiginosamente na década de 90."
(PATRÍCIA TRUDES DA VEIGA, MARLENE PERET, EDSON VALENTE E
DAYANNE MIKEVIS)
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