São Paulo, domingo, 07 de julho de 2002 |
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MERCADO Só neste ano, já houve dois lançamentos; pelo menos outros três estão sendo estruturados para o último trimestre Fundos imobiliários deslancham em 2002
CÁSSIO AOQUI DA REPORTAGEM LOCAL Construtoras, incorporadoras e imobiliárias continuam rindo sozinhas com a turbulência do mercado financeiro e apostam agora num novo produto: o fundo de investimento imobiliário (FII). Ao atrair investidores com a promessa de uma aplicação mais segura, lastreada em imóveis, os FIIs têm conseguido crescer a uma proporção de 40% ao ano. E não devem parar por aí. "A expectativa do setor é que mantenha o ritmo nos próximos dez anos, ou seja, quadruplicando o fluxo de investimentos", acredita Rossano Nonino, da Mercúrio Rio Bravo Investimentos, uma das mais atuantes do país. O diretor da imobiliária Lopes, Tomás Salles, confirma: "Em dois ou três anos, projetamos ter, no mínimo, R$ 4 bilhões nesse tipo de fundo". Atualmente, os cerca de 60 FIIs existentes detêm um patrimônio de R$ 1,6 bilhões. Só em 2002, já foram lançados dois grandes empreendimentos para o varejo: o Novo Anhembi e o Europar, sendo este o primeiro a ser negociado na Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo). E, neste semestre, outras novidades vão surgir. "Vamos lançar o fundo Faria Lima Financial Center, com dois ou três andares do edifício", revela o diretor da Brazil Realty, Eduardo Coelho. Outro empreendimento é o Rochaverá, investimento de R$ 500 milhões fruto de uma parceria entre a TishmanSpeyer Método e o Deutsch Bank. "Tudo indica que usaremos o fundo imobiliário, assim como fizemos com a Torre Norte, que foi um sucesso de vendas", comenta o presidente da Tishman, Daniel Citron. A primeira fase do Rochaverá e do Faria Lima Financial Center será entregue em novembro deste ano. Sem dar detalhes, o diretor da consultoria Binswanger, Miguel Giacummo, 39, avisa que também está estruturando outro fundo para o segundo semestre. Auto-ajuda A razão de o setor imobiliário querer desenvolver os FIIs está clara: "É uma ótima ferramenta para empresas captarem recursos financeiros e construírem novos produtos imobiliários", avalia Claudio Costato, da consultoria Cushman & Wakefield Semco. O maior empecilho, no entanto, é a falta de liquidez desse papel. "Não dá para ser imediatista, é uma aplicação para o longo prazo", alerta Sérgio Belleza, especialista em fundos de investimento imobiliário. Foi pensando no futuro -e até na herança dos filhos-, que o professor Geraldo Toledo, 50, investiu R$ 270 mil em cotas de fundo imobiliário. "Comprei uma cota do Novo Anhembi para cada filho. Assim não tem disputa na hora da herança", conta. Próximo Texto: "Não é hora de investir em FIIs", dizem especialistas Índice |
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