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MERCADO
Recomendação é aguardar até que o papel apresente maior liquidez
"Não é hora de investir em FIIs", dizem especialistas
DA REPORTAGEM LOCAL
O entusiasmo do mercado imobiliário em relação aos FIIs (fundos de investimento imobiliário) bate de frente com o ceticismo de
especialistas em finanças pessoais. Isso porque, para eles, a
aplicação em FII não passa de
uma promessa a ser concretizada.
"Teoricamente, é um excelente
investimento para diversificação.
Mas, como é um mercado muito
novo, sem histórico, é preferível
esperar mais um pouco", recomenda o professor do Ibmec (Instituto Brasileiro de Mercado de
Capitais) Marcelo Guterman, 36.
Ele compara os FIIs ao investimento em boi gordo. "É outro tipo de aplicação que estourou em
um determinado momento, virou
moda e depois deu sérios prejuízos para quem apostou", opina.
Crítico ferrenho dos FIIs, o professor da EAESP-FGV (Escola de
Administração de Empresas da
Fundação Getúlio Vargas) William Eid Jr. censura o "excesso
de promessas" desses fundos.
"As rentabilidades estão longe
de ser um espetáculo, pois 1% ao
mês é fácil de ser conseguido em
qualquer lugar, e ainda é preciso
acreditar que "terá rentabilidade",
"haverá mercado secundário" e
"existirá diversificação". Então é
melhor esperar sentado", ironiza.
Para ele, o investimento só compensa para quem possui patrimônio superior a R$ 1 milhão e não
precisa preocupar-se com liquidez. "Definitivamente não é para
a classe média, pois, se tiver uma
urgência, como vai recuperar o
dinheiro investido?", indaga.
Contra a maré
Já o matemático José Dutra
Vieira Sobrinho não vê motivos
para sair de aplicações como o
fundo de renda fixa (veja comparativo no quadro ao lado): "Se é
para pôr dinheiro em algo mais
seguro, que seja em uma aplicação rentável, o que não será, nos
próximos anos, caso do FII".
Mesmo sabendo das desvantagens, o engenheiro Luiz Augusto
Laurino, 45, assumiu o risco. "Sei
que investir pensando em curto
prazo é perder dinheiro, mas não
transferi dinheiro do fundo DI.
Era uma reserva que será útil para
minha aposentadoria", justifica.
O administrador Cássio Dias,
45, também está confiante: "Com
o que investi não dava para comprar um imóvel, por isso achei interessante a opção. E, se precisar
de dinheiro, diminuo o preço até
encontrar o comprador", afirma.
Para quem está realmente disposto a ser cotista de um fundo
imobiliário, os próprios estruturadores de fundos dão as dicas:
"Deve-se cuidar para não comprar cotas mais caras por causa
da efervescência do momento",
aconselha Miguel Giacummo,
39, gerente da Binswanger Brasil.
"Avalie bem a rentabilidade do
imóvel." (CÁSSIO AOQUI)
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