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11 ONGs atuam em Paraisópolis
ELISABETE ZORZETT
FREE-LANCE PARA A FOLHA
"Habitada por gente simples e
tão pobre que só tem o sol que a
todos cobre, como pode, Mangueira, cantar?" A frase de Cartola
(1908-1980) poderia ser aplicada a
qualquer favela do Brasil, onde as
diferenças sociais são gritantes, e
as condições, precárias.
Na emblemática Paraisópolis
(segunda maior favela da cidade,
datada de 1937, com 24 mil habitantes e 840 mil metros quadrados, parte na Vila Andrade e parte
no Morumbi), o trabalho de pelo
menos 11 ONGS (organizações
não-governamentais) consegue,
com o resgate da cidadania, minimizar os maiores flagelos atuais:
desemprego, drogas e violência.
Um dos ícones é o grupo Meninos do Morumbi, criado em 1996
pelo músico Flávio Pimenta, 44.
Com uma agenda lotada de apresentações, os 4.500 menores, de 7
a 17 anos, impressionam os mais
diferentes públicos, seja cantando, dançando ou tocando ritmos
brasileiros, de axé a maracatu.
"Quem faz parte veste a camisa.
É como jogar em um time. É importante para o jovem pertencer a
um grupo em que suas potencialidades são transformadas em habilidades. Envolvemos as famílias
na discussão da educação dos
seus filhos. Não se pode confundir pobreza material com pobreza
de valores. Fechamos um círculo
-jovem, escola, família, comunidade-, tornando-os menos vulneráveis à violência", explica.
www.meninosdomorumbi.org.br
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