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ALTA NO INTERIOR
Incorporadores apostam em comprador exigente
Em Sorocaba, loteamento para público GLS é vendido pela Sotheby's
Marcelo Justos/Folha Imagem
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Imóveis lançados em cidades próximas a São Paulo, como Sorocaba (foto), estão na faixa de R$ 200 mil |
DA REPORTAGEM LOCAL
A moeda que marca a corrida
de incorporadores para o interior tem dois lados: a verticalização de empreendimentos
econômicos, que aproveitam o
crédito da Caixa Econômica
Federal, e a chegada de projetos
com valores maiores.
"[Nos últimos anos] foram
ofertados muitos produtos de
até R$ 100 mil, mas identificamos um potencial de valorização e apostamos em um produto entre R$ 150 mil e R$ 200
mil", relata Daniela Ferrari, da
Fit Residencial, braço da Gafisa
com lançamento em Sorocaba.
Em Jundiaí, foram lançadas,
em 2008, 224 unidades de quatro quartos -essa tipologia inexistiu nos plantões de venda
entre 2004 e 2007.
O m2 médio desses imóveis
custa R$ 2.800, segundo dados
da consultoria Geoimovel.
O alvo dos incorporadores
são pessoas exigentes e de alto
poder aquisitivo, que pedem
centro comercial e lazer completo nos condomínios.
A loteadora Agra investiu em
um condomínio com essas características em Sorocaba, dedicado ao público GLS. Os terrenos têm entre 1.000 m2 e
1.200 m2.
Outra novidade é o projeto
da corretora Sotheby's, especializada em imóveis de alto
padrão, de abrir um escritório
em Campinas.
Novo capital
Marcelo Morales, diretor de
produto da Tecnisa, aponta que
o interesse de investidores na
compra de apartamentos e casas para aluguel e revenda nessas cidades é crescente.
Toda essa procura resulta no
aumento de preços. "Os valores
estão subindo porque há encarecimento dos terrenos e custos de construção mais altos",
acredita Celso Amaral, diretor
da Amaral d'Ávila.
As empresas já trabalham
com os novos valores de insumos. "Sabemos que fazer um
novo empreendimento como
esse custará 20% mais do que o
atual", estima Alexandre Barrionovo, diretor de incorporações da Trisul -com construção em Sorocaba.
Mão-de-obra
Após um longo período de estagnação, a indústria da construção civil no interior de São
Paulo voltou a crescer nos últimos três anos.
Conforme dados do Sinduscon-SP de Campinas -que engloba outros 78 municípios da
região-, a evolução do número
de vagas veio de uma retração
no ano de 2004 (-4,15%) para
um cenário ascendente de
13,66% em 2007.
Nos primeiros cinco meses
de 2008, o crescimento apurado chega aos 7,57%, totalizando
cerca de 60 mil trabalhadores
da construção civil na região.
A expansão justifica-se pela
abertura de capital de incorporadoras na Bovespa (Bolsa de
Valores do Estado de São Paulo) e pelo acirramento da concorrência na capital paulista.
"Vimos que [no interior] havia muitas empresas acomodadas e uma demanda por conceitos diferenciados", avalia Marcelo Martins, diretor comercial
da mineira Patrimar, que chega
ao Estado por Campinas.
(CC)
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