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PLANO DIRETOR EM DEBATE
Cidadãos de todas as classes sociais debatem áreas verdes, favelas e infra-estrutura urbana
União de moradores reforça Vila Andrade
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Uma união de fazer inveja ao rei
Arthur. Como convidados de
uma grande mesa-redonda, moradores do distrito de Vila Andrade, provenientes das mais distintas classes sociais, buscam acor-
dos para a elaboração das sugestões do Plano Diretor Regional.
"Sento-me com os ricos para
discutir", anima-se José Rolim,
39, presidente da União de Moradores e do Comércio de Paraisópolis (favela de 65 mil habitantes),
um dos bairros do distrito.
Não é para menos. A população
da favela equivale a mais de 45%
dos habitantes do distrito, segundo o censo de 1996 do IBGE (Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). "É preciso
reurbanizar e criar centros de lazer", diz Rolim, que sugere a abertura de diversas ruas sem saída do
bairro, como a Ernest Renam.
Malha viária
Essa é também a preocupação
de Glauco Aires, 39, subprefeito
do Campo Limpo e responsável
pela Vila Andrade. "Não houve
um estudo planejado para essa
ocupação", afirma. Ele calcula
que, entre 1990 e 2000, o adensamento no distrito cresceu aproximadamente 70% -o maior aumento da cidade de São Paulo.
"E, paralelamente, não foram
tomadas providências que melhorassem o sistema viário",
complementa Roberto Pereira da
Fonseca, 73, da Associação Cultural e de Cidadania do Panamby.
Essa é outra das inquietações
das associações locais: a limitação
do número de vias de acesso, que
hoje se restringem às avenidas
Giovanni Gronchi, João Dias e
Morumbi e à marginal Pinheiros.
"É preciso desafogar o trânsito,
sobretudo se a tendência de crescimento comercial se confirmar
na região", diz o subprefeito.
Verde e Z1
O grupo do Panamby briga ainda em defesa do verde do "bairro". "Em parceria com a subprefeitura, já urbanizamos uma praça de 6.000 m2", conta Fonseca.
No distrito, dois bairros são Z1
(zona residencial), e seus moradores querem continuar como
tal, caso da Sociedade dos Amigos
do Jardim Vitória Régia.
A arquiteta Isabel Affonso, 45,
uma das representantes da entidade, pede também a melhoria
do transporte público. "O metrô
precisa chegar ao distrito", diz
ela. "Pelo menos até a avenida
Prof. Francisco Morato."
(EDSON VALENTE)
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