|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
PLANO DIRETOR EM DEBATE
Distrito também é carente de segurança, hospitais, escolas, transporte e empregos
São Mateus ainda tem ruas de terra
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Não é fácil a situação de São
Mateus, que tem toda sorte de
problemas estruturais. "É um distrito extremamente pobre, carente de tudo", analisa Carlos Roberto Soler, 54, presidente do Conseg
(Conselho Comunitário de Segurança) e coordenador-geral do fórum de desenvolvimento local.
"O crime começa a dominar a região, a ponto de grandes lojas hesitarem em fazer suas entregas."
A ausência de condições básicas
reflete a pobreza na região. As
ruas de terra denunciam claramente essa realidade, conta Jandira do Carmo, 50, diretora da Sociedade Amigos de São Mateus.
Mas, se sobram preocupações,
"o distrito é um dos poucos da cidade que pode crescer", diz Soler.
Já há até projetos ambiciosos, como o de uma universidade para a
população de baixa renda e outro
que sugere dois pólos industriais
-de reciclagem do lixo e de tecnologias avançadas.
Praça de guerra
Antes de vôos mais altos, porém, é preciso abordar questões
emergenciais, como a de locomoção. No distrito, não há transporte
coletivo rápido e nem um projeto
de metrô. O estado de conservação dos ônibus deixa a desejar, "e
eles não cumprem os horários",
lembra Marlene Tofolletti, 42, vice-presidente da Sociedade Amigos do Jardim Colonial.
As vias de acesso também não
ajudam. Franco Torresi, 63, subprefeito do distrito de São Mateus, propõe a criação de um corredor exclusivo para os ônibus na
avenida Aricanduva.
Nem aos domingos a região está
livre de complicações. Na "feira
do rolo", que acontece no bairro
Jardim Colonial, há comércio
à base de troca. "É uma praça
de guerra, onde se encontram
objetos roubados e até armas",
denuncia Tofolletti.
Faltam ainda equipamentos e
remédios nos postos de saúde, leitos hospitalares e áreas de lazer.
"Queremos levar os meninos a
praticar esportes, mas há poucas
praças no distrito", diz Soler.
Abrir escolas nos finais de semana, argumentam os moradores, minimizaria o problema. Entretanto, a comunidade pondera
que teria de disponibilizar monitores, para evitar depredações.
As enchentes, por sua vez, continuam fazendo muito estrago. Os
córregos que desembocam no
Aricanduva "carregam sofás, cobras, pneus e até carro roubado",
lamenta Tofolletti.
(EDSON VALENTE)
Texto Anterior: Plano diretor em debate: União de moradores reforça Vila Andrade Próximo Texto: São Miguel Paulista carrega fardo das rotas de caminhões pesados Índice
|