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São Miguel Paulista carrega fardo
das rotas de caminhões pesados
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Se o número de vias de acesso
a São Miguel Paulista já é limitado, os moradores do distrito ainda têm de se espremer entre veículos pesados que passam pela região, com destino às rodovias
Ayrton Senna e Dutra.
"Os caminhoneiros querem evitar o pedágio e a balança na estrada", diz Fátima Bandeira, 54, presidente do Conseg (Conselho Comunitário de Segurança) local.
De acordo com o coordenador
do Plano Regional de São Miguel
Paulista, Oswaldo Marsura dos
Santos, 44, quem mais sofre com
o intenso tráfego em vias importantes, como a av. Marechal Tito,
é o centro comercial do distrito.
Uma solução para o problema
poderia ser o prolongamento
da avenida Jacu-Pêssego, que é
paralela à linha ferroviária.
O adensamento da região também incomoda. Adalberto Dias
de Sousa, 38, subprefeito de São
Miguel, diz que, nas últimas décadas, o sistema viário não acompanhou o crescimento imobiliário.
E ele tem uma sugestão na ponta da língua: converter a linha de
trem que corta o distrito em metrô de superfície. "É preciso também redimensionar as estações."
Mas o engarrafamento é apenas
um dos problemas. Mário Alves
Soares, 54, vice-presidente da Salve (Sociedade de Apoio à Liberdade, Vida e Esperança), por exemplo, conclui que a maioria das dificuldades de São Miguel Paulista
decorre da exclusão social de parte de seus habitantes.
"O alto índice de desemprego
leva as pessoas a buscar trabalho
como ambulantes", explica. Esses
camelôs se aglomeram em áreas
de circulação e dificultam o fluxo
de pedestres. "E assaltos são comuns em todos os horários."
Faltam ainda opções de lazer.
"As crianças ficam nas ruas, não
têm alternativas", alerta José Nario Pereira, 52, presidente da Sociedade Amigos do Jardim Lapenna, que reivindica quadras
poliesportivas para os jovens.
Até a natureza conspira contra o
distrito. Quando chove, transbordam córregos como o Itaqueruna.
"A av. Marechal Tito "fecha" quando invadida pelo rio", diz Marta
dos Reis, 43, presidente da Salve.
Participação
Mas, para o superintendente da
distrital local da Associação Comercial de São Paulo, Luiz Abel
da Rosa, 50, falta envolvimento da
comunidade nas discussões. "As
pessoas brigam, no máximo, por
suas ruas ou vilas e não enxergam
o distrito como um todo."
Para Rosa, o plano é complexo e
requer especialistas em cada tema. "Além do mais, não é possível
fazer um estudo sério em apenas
uma hora de reunião."
(EV)
Associações:
Amigos São Mateus, 0/xx/11/6115-4219; Associação Comercial São
Miguel, 0/xx/11/6297-0063; Conseg
São Mateus, 0/xx/11/6919-4499;
Conseg São Miguel, 0/xx/11/9654-7999; Jd. Colonial, 0/xx/11/6115-0975;
Jd. Lapenna, 0/xx/11/6956-3973;
Jd. Vitória Régia, 0/xx/11/3071-4247;
Panamby, 0/xx/11/3758-3401; Paraisópolis, 0/xx/11/3743-3204; Salve,
0/xx/11/6135-2985.
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