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Analistas recomendam investir com cautela
DA REPORTAGEM LOCAL
Na hora de comprar um imóvel, seja ele para investimento ou
para moradia, é melhor não deixar se influenciar por especulações em relação a uma eventual linha política do próximo governo.
Essa é a avaliação de especialistas
de finanças ouvidos pela Folha.
"Estamos vivenciando um momento em que há uma clara fuga
de recursos para ativos reais, entre eles imóveis", declara o vice-presidente da Anefac (Associação
Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade), Miguel de Oliveira, 40.
Segundo o especialista, no entanto, essa é a primeira vez que as
eleições são o motivo principal da
mudança de planos dos investidores. "Já tivemos situações como
o confisco à época do Collor, mas,
desta vez, o cenário eleitoral sobressai, pois o Lula lidera as pesquisas, e o Serra ainda terá de convencer um mercado financeiro
descontente com a política atual."
Mesmo assim, Oliveira insiste
em cautela na hora da compra do
imóvel. "Não há por que ter toda
essa preocupação, pois nada está
claro. O melhor é adiar a decisão.
Ao investir em imóveis, deve-se
lembrar também que há altos custos de manutenção e de transferência, por exemplo", alerta.
O professor do laboratório de finanças da FIA-USP (Fundação
Instituto de Administração da
Universidade de São Paulo) Ricardo Rocha, 40, concorda. "Não
há receita de bolo. Ao comprar
imóveis, pode-se proteger o investimento, mas há perdas em liquidez. O investidor deve saber
que, até o início das campanhas
eleitorais, quando o cenário político ficará mais claro, o mercado
estará sujeito a turbulências, mas
a tendência é estabilizar-se."
Investidor de "carteirinha", o
administrador João Paulo Seibel
de Faria, 27, acredita não ser a hora de entrar em um financiamento. "Pela situação do país, hoje
pensaria duas vezes para aplicar
os mais de R$ 100 mil que investi
em um imóvel há um ano", afirma. Ele diz que pretende manter
suas aplicações também em bolsa
de valores, títulos de renda fixa e
arrobas de bois.(CAo)
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