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INCERTEZA ELEITORAL
Loteamento e "single" estão em alta; comercial cresce 60%
Corrida imobiliária só não alcança os "populares"
DA REPORTAGEM LOCAL
Contrariando as expectativas do mercado imobiliário em épocas de crise, não são só os imóveis de alto padrão -acima de R$ 200 mil- que vêm se destacando em
meio à indefinição eleitoral. Loteamentos e apartamentos "single" (para pessoas desacompanhadas, com serviços ""pay per use") também estão em alta.
"Nos "single", por exemplo, verificamos, entre os compradores,
uma média de 40% de investidores, enquanto antes não chegavam a 20%", exemplifica o diretor da imobiliária Abyara Rogério
Santos, 34. "Muitos compram até
seis unidades do mesmo empreendimento, às vezes com pagamento à vista", confirma Paloma Ermógenes, gerente de negócios da imobiliária Exclusiva.
Na imobiliária Fernandez Mera,
a venda de lotes "está inesperada", segundo o diretor Gonzalo
Fernandez, 34. "Até agora, 30%
dos compradores adquiriram como reserva e não pensam em
construir a curto prazo." Ele diz
ter detectado também uma antecipação de potenciais clientes na
aquisição de residenciais "por
conta do momento político".
Alto padrão e escritórios
A vocação dos imóveis de alto
padrão como "hedge" (segurança), no entanto, continua forte.
"De janeiro a abril, já vendemos
37% a mais do que em 2001, e boa
parte desse resultado deve-se a
imóveis acima de R$ 200 mil",
afirma Luis Rogelio Tolosa, 47, diretor da construtora Company.
Outro setor beneficiado pelas
eleições é o de escritórios e salas
comerciais. "A procura no mercado corporativo deve aumentar
de 40% a 60% nos próximos
meses", estima o diretor-geral
da consultoria Colliers International, Ricardo Betancourt, 33.
"A expectativa é baseada em
eleições anteriores, quando a venda de comerciais também foi elevada", completa o presidente da CB Richard Ellis, Walter Cardoso.
Financiamentos
Do outro lado, o mercado de
imóveis residenciais econômicos,
sobretudo dos que valem menos
de R$ 100 mil, está em queda livre.
"O assalariado está inseguro e colocou o pé no freio", justifica o diretor da imobiliária Triumpho,
Aguinaldo Del Giudice, 41.
A insegurança está tirando o sono da pedagoga Sandra Albuquerque, 42, que comprou, há um
mês, um imóvel que só será entregue em 2004. "Temo que a economia desande com a vitória de Lula
e eu não consiga terminar de pagar o meu financiamento."
O diretor de marketing da Itaplan, Fabio Rossi Filho, diz que,
no primeiro ano de governos anteriores, houve escassez de financiamento. "Por isso, para quem depende do empréstimo, é melhor comprar agora, já que a situação tende a piorar."(CAo)
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