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ZONEAMENTO
Para alguns, alta será de até 8%, mas as previsões chegam a 20% devido ao encarecimento de terrenos
Aumento de preços divide especialistas
FREE-LANCE PARA A FOLHA
As mudanças da nova Lei de
Zoneamento ainda confundem
os especialistas. "É tão complicada que não se sabe ainda qual será
o comportamento do mercado",
diz Claudio Bernardes, vice-presidente do Secovi-SP (sindicato de
construtoras e imobiliárias). "Vamos avaliar na prática", afirma.
Uma das principais questões
que dividem o mercado imobiliário é a definição sobre possíveis
aumentos de preços em novos
empreendimentos. João d'Avila,
sócio da consultoria imobiliária
Amaral d'Avila Engenharia de
Avaliações, arrisca um palpite:
aposta em alta de 3% a 8%.
"Para construir, os incorporadores terão de pagar o valor
da outorga onerosa à prefeitura.
Absorverão esse gasto extra minimizando seus custos ou diminuindo seus lucros. Senão es-
se custo será repassado para o
consumidor", prevê o consultor.
A previsão de alta de Orlando de
Almeida Filho, sócio-diretor da
imobiliária Triumpho e presidente do Sindicato de Corretores de
Imóveis no Estado de São Paulo, é
mais drástica: bate nos 20%. Ele
diz que isso vai acontecer por causa da elevação do custo dos terrenos. "Caso contrário o incorporador não terá valor de reposição
para comprar novos lotes."
Mágica
"Teremos de fazer mágica. Os
terrenos vão custar mais daqui a
120 dias, não haverá como repassar o aumento para o preço final",
avalia Antonio Setin, presidente
da incorporadora Setin. "O mercado não o assimilaria."
Nem todos arriscam palpites.
Para Paulo Menezes, 49, sócio da
consultoria Embraesp (Empresa
Brasileira de Estudos de Patrimônio), "ainda é cedo para prognósticos. Os corretores sabem muito
pouco sobre a nova lei".
Adensamento
Mas as transformações não provocam apenas reclamações. "No
conjunto da lei, há muitas possibilidades de adensamento", conclui o consultor imobiliário Ricardo Barbara, 64. Isso significa que
os incorporadores terão mais
possibilidades de lançar empreendimentos em outras áreas
até agora pouco exploradas.
E também terão mais trabalho
para aprovar os projetos na
prefeitura, enquanto as novas
regras ainda estiverem em fase
de assimilação. Na opinião de
Alberto Botti, 73, presidente do
conselho da Asbea (associação de
escritórios de arquitetura), "o
mercado imobiliário vai se ressentir dessa dificuldade".
"Tudo ficou bem mais complexo do que se imaginava, com o
grande número de zonas criadas
pela nova Lei de Zoneamento e
sobrepostas aos planos das subprefeituras", finaliza Bernardes,
do Secovi-SP.(EDSON VALENTE)
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