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FINANCIAMENTO
Sem data definida, CEF promete disponibilizar na internet o motivo da negativa de crédito habitacional
"Mutuário rejeitado" terá justificativa
DA REPORTAGEM LOCAL
Responsável por 90% dos financiamentos habitacionais do
país, a CEF (Caixa Econômica
Federal) prepara-se para abrir
a "caixa-preta" da análise de risco
do crédito imobiliário. No último
dia 5, o presidente, Jorge Mattoso,
anunciou que o banco disponibilizará, na internet, aos candidatos
a mutuário, a justificativa da
negação das solicitações.
"Estamos preocupados com a
transparência nas operações, em
uma área que não permite voluntarismos", disse Mattoso, que foi
empossado no cargo em 16 de janeiro. A CEF não divulga o total
de pedidos rejeitados, mas o mercado acredita que seja algo em
torno de 50% das solicitações encaminhadas às agências. A carteira total de financiamentos em
2002 foi de 310,5 mil contratos, estimados em R$ 4,9 bilhões.
Segundo o presidente da CEF, o
banco disponibilizará ainda, "em
breve", uma cartilha na internet
(www.caixa.gov.br) com informações sobre quais são os cri-
térios para aprovação de financiamentos. Até agora, quem não
passa pelo crivo rigoroso dos analistas da instituição fica sem sa-
ber "onde errou". O problema
afeta sobretudo os pedidos para
crédito de imóveis na planta.
O presidente do Secovi-SP (sindicato de construtoras e imobiliárias), Romeu Chap Chap, diz que
há um conceito "muito frio e tecnológico" na análise de crédito,
"baseado na lógica da informática". Segundo ele, ""substituíram as
conclusões de raciocínio, próprias da inteligência humana".
"Há tempos pedimos uma
maior transparência para a CEF,
além da melhora nos critérios para avaliação e concessão dos
financiamentos", completa o vice-presidente de incorporação
do Secovi-SP, Basílio Jafet.
Recebíveis
O presidente da CEF anunciou
também que estão em fase final de
elaboração dois novos fundos de
direitos creditícios, que devem
lastrear novas investidas no segmento habitacional: os FIIs (fundos de investimento imobiliário)
serão emitidos em São Paulo e em
Minas Gerais, até junho, e terão
patrimônios de R$ 100 milhões.
Diferentemente do FII Almirante Barroso, lançado no ano passado pela CEF e que tinha como
patrimônio um imóvel do próprio banco, os novos FIIs serão
lastreados em empreendimentos
novos. "Estamos em negociação
com o Tesouro Nacional, mas já
temos notícia de que há investidores ávidos por papéis de longo
prazo como estes", anuncia Mattoso.
(NATHALIA BARBOZA)
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