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ABNT convoca sociedade a denunciar playgrounds irregulares, responsáveis por 30% dos acidentes com crianças
Brincadeira perigosa
VALDETE DE OLIVEIRA
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Antes de levar seu filho ao playground do prédio ou ao aparentemente inofensivo parque da pracinha pública, certifique-se de que
os brinquedos ali instalados atendam a normas mínimas de segurança. A brincadeira pode ser perigosa se os equipamentos forem
feitos com material inadequado
ou instalados de forma errada.
Os números são assustadores:
30% dos 350 atendimentos diários do pronto-socorro infantil do
Hospital das Clínicas de São Paulo
são de vítimas de acidentes em
playgrounds. Os maiores vilões
são o escorregador, a balança, a
barra paralela, o trepa-trepa e os
brinquedos conjugados (veja no
quadro ao lado), nessa ordem.
Até 1999, os playgrounds não
contavam com normas de segurança. "Hoje, mesmo com elas,
cerca de 90% deles estão irregulares", afirma Marcos Vinícius Pó,
coordenador técnico do Idec (Instituto de Defesa do Consumidor).
"É porque não são obrigatórias,
apenas recomendam, tendo cumprimento voluntário", justifica.
Levantamentos posteriores da
ABNT (Associação Brasileira de
Normas Técnicas) constataram
outras falhas nos brinquedos,
afirma o diretor-geral, Valter Pieracciani. Por isso, ainda neste ano,
as normas serão revisadas para
posterior consulta pública. "É importante que a sociedade participe da elaboração, revelando acidentes, para aperfeiçoá-las."
A filha dele, Giuliana, 12, caiu,
há cerca de dois meses, das barras
paralelas do playground do prédio onde mora, em São Paulo: teve dois dentes quebrados e a gengiva cortada. Cinco acidentes semelhantes aconteceram com outras crianças no mesmo condomínio."Vou solicitar modificações no brinquedo", adianta o pai.
Sugestões para as novas normas da
ABNT no site www.abnt.com.br, no ícone
Fale Conosco; pelos tels. 0/xx/11/3016-7061/7083, com Fátima Sardinha; ou por
carta, à av. Paulista, 726, 10º andar, para
Beth Viscaino, 01310-910, São Paulo, SP.
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