DA REPORTAGEM LOCAL

O distrito da Freguesia do Ó (na zona norte de São Paulo) tem como atrativos uma boa infra-estrutura, a qualidade de vida e a proximidade do centro. Entretanto, são essas mesmas condições que têm saturado o sistema viário regional tanto em direção à zona central quanto aos distritos vizinhos.
O "charme" da Freguesia do Ó -um dos bairros mais antigos de São Paulo, com 422 anos- está mesmo no seu centro, onde o largo da Matriz tem um toque de cidadezinha do interior. Mas os moradores estão receosos de frequentá-lo por conta de vândalos que vêm de outras regiões. Por isso pedem melhorias urbanísticas e uma programação única de atividades culturais.
"Temos de levantar a bandeira da tradição do bairro", diz a coordenadora da ONG Espaço Casagrande Valquíria Casagrande, 49, que conta com o apoio de grupos de empresários e do centro de tradições e de festas da região.
O novo subprefeito do distrito Walter Alcântara de Oliveira assumiu na última quinta (9) prometendo dar continuidade aos projetos já em andamento.
Um dos desafios é identificar os poucos espaços vazios que podem ser destinados à habitação -há 20 km de córregos não-canalizados ocupados por moradias irregulares. O coordenador da União Nacional de Moradia Popular Donizete de Oliveira diz que já descobriu pequenos lotes, que podem receber de 15 a 20 casas. "Para resolver o problema, basta colocar em prática o Estatuto da Cidade [que prevê desapropriações e uso social de imóveis"", diz.
Marcos Ugeda de Matos, 40, da distrital Pirituba da Associação Comercial de São Paulo, pede ainda um "empurrãozinho" para o comércio local. "Um bairro só se torna atraente quando seu comércio é forte", justifica.
Mas Nilton Lima Valente, 52, da associação Viver Condomínio, quer fiscalização. "Para o plano não ficar só no papel, a prefeitura tem de abrir mais canais para a sociedade; e a solução dos problemas deve ser mais ágil." (NB)


Texto Anterior: Plano Diretor em debate: Preservação do verde é tema "inegociável" no Tremembé
Índice