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MOVIMENTO ESTUDANTIL
Incorporadoras preparam projetos para a região do campus, que deverá reunir até 20 mil alunos
Nova USP reaquece mercado na zona leste
FREE-LANCE PARA A FOLHA
As obras para a construção do
novo campus da USP (Universidade de São Paulo), em Ermelino
Matarazzo, nem começaram e incorporadoras e imobiliárias já estão de olho no potencial de crescimento dessa região da zona leste.
O terreno de 1,2 milhão de metros quadrados fica ao lado do
Parque Ecológico do Tietê, entre a
linha do trem da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) e a rodovia Ayrton Senna.
Além dos distritos vizinhos, a movimentação deve cruzar as fronteiras da capital até Guarulhos. As aulas começam em 2005.
"Como não está prevista a construção de moradia universitária,
os estudantes de outras regiões
deverão morar no entorno, além
de alguns funcionários e do pessoal do comércio do campus",
prevê o consultor Sylvio Sawaya,
60, professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP.
Quando estiver funcionando a
pleno vapor, daqui a dez anos, o
campus USP-Leste deverá abrigar
uma população direta de 20 mil
estudantes e 2.000 funcionários.
Para Sawaya, "a curto prazo [primeiro semestre de 2005], os imóveis de padrão popular nos bairros vizinhos devem abrigar o contingente inicial de mil alunos".
Nos próximos anos, a tendência
é ocorrer mais lançamentos nessa
região, desaquecida desde 1998. Cangaíba,
Ermelino Matarazzo e São Miguel
Paulista não tiveram novos empreendimentos verticais em 2002,
mostra a consultoria Amaral D'Ávila, contra quatro, na Penha, e
cinco, em Guarulhos -ficam, no
entanto, distantes da recordista
Vila Andrade (zona sul), com 32.
"Em compensação, o número
de lançamentos de condomínios e
conjuntos de casas foi expressivo", compara João Freire D'Avila
Neto, 44, diretor técnico da consultoria. "A zona leste teve um desenvolvimento maior nos anos
90, após a chegada do metrô, mas
deu uma parada depois disso",
analisa Antônio Guedes, 41, gerente de incorporação da Gafisa.
"Além da USP, a implantação
de novas vias de acesso também
estimulará o crescimento imobiliário", prevê José Romeu Ferraz
Neto, 45, vice-presidente do Sinduscon (sindicato de construtoras). Uma das principais obras
previstas é a ligação aeroporto de
Guarulhos-ABC, por meio da ampliação da avenida Jacu-Pêssego.
O governo estadual também planeja levar o metrô até o aeroporto.
Reavaliações
A Gafisa já decidiu construir um
empreendimento em Guarulhos,
próximo ao shopping. "Só estamos reavaliando o tipo de projeto
após o anúncio da nova universidade na região", revela Guedes.
"Estávamos pensando em construir um "popular" em Ermelino
Matarazzo, mas agora estudamos
um de nível médio no terreno que
temos, de 10.000 m2", revela Roberto Gerab, 49, diretor da Kallas.
Com uma atuação mais intensa
na região, a Tenda também faz
planos para o distrito. "Os imóveis que lançamos [400 unidades
em 2001] vão valorizar", diz Gustavo Viana, 30, diretor regional.
Outra de olho no entorno da
USP é a Evolução. "Nosso projeto
é de um flat ou de um residencial", diz Basílio Jafet, 45, diretor.
Mas nem todos estão otimistas.
"Não acredito em supervalorização, pois o mercado da zona leste
não comporta lançamentos de
padrão elevado", opina Milton
Goldfarb, 41, diretor da Goldfarb.
(ALEXANDRE SAMMOGINI)
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